A força de um pacto pela responsabilidade
Esses extremos exigem do poder público planejamento e ação. É dever de qualquer governo investir em captação de água, saneamento, drenagem, prevenção
Por Ronald Pereira*
O Brasil está vivendo um tempo em que o clima parece ter perdido o equilíbrio. De um lado, estiagens prolongadas que ressecam o solo e secam os reservatórios. Do outro, chuvas intensas, que em poucas horas transformam ruas em rios e trazem prejuízo, lama e, muitas vezes, tragédias.
Esses extremos exigem do poder público planejamento e ação. É dever de qualquer governo investir em captação de água, saneamento, drenagem, prevenção, obras e, principalmente, resposta rápida diante das emergências. Isso não é favor, é obrigação!
Mas há uma verdade que precisa ser dita com serenidade e clareza: o poder público não pode, nem deve, agir sozinho. Não existe cidade resiliente se parte da população ignora o seu papel.
Quer ter água quando a estiagem chegar? Então é preciso cuidar de cada gota hoje, evitar desperdícios, consertar vazamentos, usar com consciência o que parece simples, mas é essencial: a água que sai da torneira.
Quer viver em uma cidade sem enchentes? É preciso mudar atitudes: não jogar lixo nas ruas, não descartar entulho ou móveis em locais impróprios, não empurrar para o bueiro o que deve ir para o lixo. O que muitos não percebem é que um pequeno ato de descuido, repetido por milhares de pessoas, é o que entope galerias, causa alagamentos e multiplica prejuízos.
Quer um clima mais saudável? Então é hora de dizer não às queimadas urbanas, que transformam terrenos e canteiros em cinzas, poluem o ar, provocam doenças respiratórias e colocam em risco a segurança de todos.
É fácil culpar o governo quando algo dá errado. O difícil, e o mais necessário, é cada um assumir a sua parte. Não existe cidade limpa com gente sujando. Não existe sistema de drenagem que funcione se o lixo vai parar na boca-de-lobo. Não existe reservatório que dê conta de quem trata a água como se fosse infinita.
O Semae tem feito a sua parte. Estamos investindo pesado em novas adutoras, levando água onde antes faltava com frequência. Estamos trocando redes subterrâneas antigas que causavam grandes perdas de água, modernizando os ramais e reduzindo desperdícios. Também estamos setorizando a rede de abastecimento, para que, quando houver manutenções pontuais, o impacto seja o menor possível e o abastecimento não precise ser interrompido para toda a cidade. Além disso, estamos ampliando e modernizando as duas maiores estações de tratamento de água de Piracicaba. Investimentos como esses há décadas não eram feitos e, por isso, a cidade ainda sofre com reflexos estruturais de um sistema antigo. Estamos trabalhando, com planejamento e seriedade, conscientes de que é um processo demorado, mas que trará soluções duradouras para o futuro.
Piracicaba é uma cidade que cresce, que se moderniza e que vem investindo em infraestrutura, em novas tecnologias e em gestão. Mas nada disso terá efeito pleno se não vier acompanhado da consciência de cada cidadão.
Então, faço um apelo à população: vamos nos unir! Cada um fazendo sua parte. Nós, do Semae, continuaremos realizando grandes investimentos, e contamos com o apoio de todos: economizando água, evitando o desperdício, não poluindo e mantendo a cidade limpa. Assim construiremos a Piracicaba que todos sonhamos: forte, livre e responsável.
Consciência, disciplina e responsabilidade, é disso que o futuro precisa. E esse compromisso começa agora, com cada um de nós.
*Ronald Pereira é presidente do Semae Piracicaba


