A historiadora Marly Perecin lança o livro O Pássaro e a Vez
O evento será no dia 13, no Centro de Estudos do Museu Republicano, em Itu
A historiadora piracicabana Merly Therezinha Germano Perecin lança seu mais recente livro, ‘O Pássaro e a Vez – A Vila de Itu e as manifestações liberais no ano da Independência’.
O evento de lançamento da obra será no dia 13 de setembro, na cidade de Itu, no Centro de Estudos do Museu Republicano, rua Barão de Itaim, 140, às 10 horas.
Este é o 10º livro da historiadora, que definiu o tema a partir de uma palestra sobre o Colonialismo Português no Brasil, realizada na Academia de Letras de Itu (Acadil), responsável pela edição e pelo lançamento da obra. “Por isso, será um evento ituano”, afirma ela.
“Solicitaram-me um trabalho sobre este assunto. Acontece que não sei repetir, porque não escrevo as palestras e senti-me tentada a fazer uma pesquisa mais profunda sobre o Liberalismo nascido e cultivado em Itu, desde o final do século XVIII, de origem franco-maçônica. Daí as descobertas, as fontes consultadas e respostas através da Coligação das Vilas do Oeste Paulista, episódio definitivo para o Sete de Setembro”, explica.
Segundo a autora, a Vila de Itu era sede da 3a. Comarca e a sua autoridade se estendia a todo o Oeste Paulista [o que inclui Piracicaba]. “A política adotada [em Itu] se generalizava, através das lideranças e das Câmaras Municipais”.
Foi em Itu também que nasceu a Escola do Liberalismo Paulista, em final do século XVIII. “Esse Liberalismo é fruto da franco-maçonaria que se expandiu na Capitania/Província de São Paulo e, por seu intermédio, se conectavam as elites letradas das comunidades maçônicas das vilas, entre si, e com as Lojas estabelecidas nas capitais, principalmente no Rio de Janeiro”, detalha Marly.
As primeiras manifestações referentes ao tema do livro estão, no entender da autoral no fato de as autoridades terem “acordado para a defesa dos Direitos, da representatividade cidadã, da Constituição e, como não podia deixar de ser, ao anticolonialismo”.
Quanto ao título da obra, Marly diz que “O Pássaro” simboliza a Liberdade que se procurava alcançar em 1822. “E a vez” está relacionada à oportunidade de se criar o Estado Liberal Brasileiro.
“O nosso tema é justamente a Independência do Brasil no Oeste Paulista, processo intimamente ligado à política ituana que se manifestou durante a chamada Coligação das Vilas, de 1822, entre os meses de maio a agosto daquele ano”, diz.
Suas pesquisas garantem que se trata “de um capítulo inédito na História do Brasil, em que as vilas do Oeste Paulista se coligaram, sob fortes interesses econômicos e políticos, invocando a Sagrada Causa (a defesa do Príncipe Regente) por ideologia básica”.
Segue ela: “Sem o apoio da Província de São Paulo, posta em risco pelo governo ilegítimo que se estabeleceu, após a revolta do coronel Francisco Ignácio de Souza Queiroz, fraturava-se a unidade do Sudeste, único espaço político com que contava o governo regencial para enfrentar as Cortes de Lisboa. O movimento regional passou a nacional e decidiu o Sete de Setembro em São Paulo”.
Considerando-se um tema que carece ainda de aprofundamento, Marly Perecin diz que “espera continuar estudando mais para aclarear pontos ainda obscuros da nossa formação nacional e, ao mesmo tempo, comunicar aos interessados em nossa História a participação das vilas do Oeste Paulista no processo da Independência, inclusive Piracicaba”. E anima seus leitores: “Não pretendo encerrar a série tão já”.