Ações de conscientização e diagnóstico precoce da hanseníase são intensificadas durante o 'Janeiro Roxo'
De 02 a 31 de janeiro, todas as 75 Unidades Básicas de Saúde (USF) do município realizarão ações de busca ativa de casos suspeitos e atividades educativas
Equipes da Secretaria de Saúde intensificarão ações de conscientização e diagnóstico precoce da hanseníase
A Secretaria Municipal de Saúde realiza durante todo o mês de janeiro a Campanha Anual de Combate à Hanseníase, conhecida como Janeiro Roxo. A iniciativa acontece de 02 a 31 e tem como objetivo ampliar a conscientização da população, incentivar o diagnóstico precoce e reforçar que a doença tem cura e tratamento gratuito pelo SUS. O Dia Mundial da Hanseníase será celebrado no último domingo do mês, dia 25.
Dessa forma, todas as 75 Unidades Básicas de Saúde (USF) do município realizarão ações de busca ativa de casos suspeitos e atividades educativas junto à comunidade durante o mês de janeiro.
Além disso, como parte das ações do Janeiro Roxo, o Programa Municipal de Hanseníase (Cedic), em parceria com o Departamento de Atenção Básica e o Núcleo Integrado de Gestão do Trabalho e Educação Permanente em Saúde, realizou uma capacitação online para profissionais da Atenção Primária, ministrada pela Dra. Elisa Nunes Secamilli, com foco na busca ativa e no diagnóstico precoce da doença.
Conforme explicação oficial, a hanseníase tem cura e que todo o tratamento é gratuito e oferecido pelo SUS. Pessoas que apresentem manchas na pele com perda de sensibilidade, formigamentos ou dormência devem procurar a Unidade de Saúde mais próxima. Quando necessário, o paciente é encaminhado ao Cedic, onde recebe acompanhamento por uma equipe multiprofissional, composta por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, farmacêutico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, dentista e assistente social.
DIAGNÓSTICO - A hanseníase é uma infecção causada pelo Mycobacterium leprae, conhecido como bacilo de Hansen, que afeta principalmente a pele e os nervos periféricos, podendo causar manchas, alteração de sensibilidade e espessamento neural. A transmissão ocorre pelas vias aéreas superiores, por meio do convívio próximo e prolongado com uma pessoa doente que não esteja em tratamento. Após o início do tratamento, a doença deixa de ser transmitida. Os sintomas podem levar de dois a sete anos para se manifestar.
Quando não diagnosticada e tratada a tempo, a hanseníase pode causar incapacidades físicas, especialmente em mãos, pés e olhos, interferindo em atividades simples do dia a dia, como segurar objetos, pentear o cabelo ou escovar os dentes.
Em Piracicaba, a Secretaria Municipal de Saúde atua de forma intensiva no enfrentamento da doença. Embora o número absoluto de casos novos registrados no município seja relativamente baixo — 8 em 2021, 6 em 2022, 10 em 2023, 24 em 2024 e 12 em 2025 — os dados chamam atenção pelo diagnóstico tardio: mais de 95% dos casos foram identificados em fases avançadas e 60% apresentavam algum grau de incapacidade no momento do diagnóstico.
Nos anos de 2024 e 2025, o município apresentou avanços significativos na busca ativa de casos, refletidos no aumento dos diagnósticos. Esse resultado é fruto do empenho da Atenção Básica, da avaliação sistemática de contatos realizada pelo Cedic e da intensificação de visitas domiciliares aos contatos que não compareceram ao serviço de referência. A associação dessas estratégias possibilitou a identificação de casos ainda em fase inicial, sem incapacidades instaladas.
O diagnóstico precoce é fundamental para garantir a cura, a regeneração neural e a prevenção de sequelas. Informação, cuidado e combate ao estigma são as principais armas para eliminar a hanseníase.
JANEIRO ROXO – Desde 2016, o Ministério da Saúde oficializou o mês de janeiro e a cor roxa como símbolos da conscientização sobre a hanseníase, com o objetivo de combater o preconceito e a desinformação que ainda cercam a doença.
A hanseníase é uma das enfermidades mais antigas conhecidas pela humanidade e, apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, segue sendo classificada como uma doença negligenciada e um importante problema de Saúde Pública no século 21. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o Brasil como país prioritário: é o segundo no ranking mundial em número de novos registros, atrás apenas da Índia.



