Ai, se o XV de Piracicaba ganhar do Oeste, no próximo jogo estarei no Barão
Sou corneteiro de carteirinha e XVzista de coração; quem colocar a bola no chão ganha; será que o esquadrão consegue?; o histórico não ajuda
Imagem bing.com
Sempre torci para o XV de Piracicaba, mesmo em seus momentos mais lamentáveis. Em campeonato recente, vi ao vivo (estive lá) o alvinegro sendo abatido pelo Capivariano, no campo do adversário. Um jogo dominado pelo Leão da Sorocabana (é isso?), com a bola no chão. Jogo bonito. Era fácil sentenciar que o Capivariano tinha tudo para liderar a disputa final, o que se concretizou. Foi jogo duro, nos pênaltis, mas deu Capivari, merecidamente.
Bola no chão para mim é sinônimo de saber jogar bola. O XV de Novembro parece um time que joga algo parecido com futebol. Quando coloca a bola no chão, o time fica nervoso, a bola enrosca na canela, os passes são vergonhosos e novamente seus craques voltam para o ping-pong de cabeça, sem direção, e os chutões. Várzea. Ou lembra muito. Time desarticulado. Santo Deus.
Tanto é que o campeonato deste ano eu deixei rolar e só me dei conta da existência do XV de Novembro quando soube que ele tinha tudo para passar às oitavas. Pela televisão e com muita paciência, assisti ao jogo contra o Araçatuba. Pareceu-me reprise de tudo o que eu já sabia do time. Bola no alto, pontapé, cabeceia para cá e para lá. Até o Araçatuba, não muito diferente, fazer um gol de voadora. Isso mesmo. Não costuma ser do futebol o golpe, mas foi assim. Jogo triste.
No jogo de volta, no Barão, eu estava lá sofrendo pelo XV em frente à telinha e vi um time que não se apruma. Não me arrisquei a ir ao Barão para não passar raiva. Meu irmão disse que eu não sei apreciar a Série B do Paulista, porque os times são todos catadinhos, segundo ele, e os jogos são sempre muito disputados e nervosos. Eu disse a ele, “mas sempre tem um que ganha e este não é o XV há algum tempo”. Insiste, meu irmão: “Pode ser que o interesse do XV não seja subir, mas permanecer na Série B. Subir só para se endividar e voltar às mesmas condições no ano seguinte? Que graça tem?”
Meu irmão pode ter razão. Mas eu sou tipo torcedor natural e não racional. Gosto de ver jogo raçudo e de time vitorioso, que quer subir a todo custo. Torço, inclusive, para que ele esteja errado. Tanto é que, no jogo de hoje (6), no campo do Oeste, vou persistir em minha crença de que o XV apruma. Sempre cético, claro, mas esperançoso. Pelo histórico, é nessas horas que o XV mostra o que tem de pior. Não sei o porquê.
O próprio Rubens Silveira Mello já disse que a Raízen tem contribuído muito para o XV de Novembro se ajustar financeiramente. Mas que o dinheiro repassado ao elenco pela empresa só aumentará quando o time aprender a jogar bola.
O tal Magrão, por exemplo, já foi e já voltou ao time. Para o jogo de hoje, espero que ele esteja iluminado e não fique apenas ziguezagueando para cá e para lá. Dizem que ele é um craque. Só eu que não enxergo isso. Parece-me que o porte dele não é daqueles que conseguem dar uma voadora certeira, ao menos. Mesmo assim, vai XVzão!