Calmaria imprevisível
Bem diferente do que acontece em São Paulo, em que a disputa pela prefeitura está acirrada por fatores criminais, em Piracicaba vive-se um momento em que os candidatos apresentam suas propostas em rádio e TV. Se por um lado isso torna o cenário bastante enfadonho para quem espera algum fato novo que motive o debate e o embate, por outro, os eleitores ouvem cada um deles, refletem e, aos poucos, vão se decidindo. O processo é lento para quem está sem candidato, como a maioria.
Calmaria imprevisível 2
Esperar algo diferente neste momento é mais estafante do que aceitar a normalidade. A expectativa era de confrontos intensos, calorosos, repletos de provocações e acusações. Quem sabe isso ocorra mais para a frente, uma vez que está agendado um debate televisivo pela EPTV, que ocorre na segunda quinzena de setembro, quase na boca da urna. Além do debate, uma nova pesquisa pode causar algum estresse necessário, a depender dos resultados. Mas também não há nenhuma para o curto prazo.
Calmaria imprevisível 3
A disputa começou com algumas acusações, mas elas não foram bem recebidas, por se fundamentarem em conteúdos reciclados. Sendo assim, os acusadores acharam por bem guardar as armas para outra ocasião. Se é que essa ocasião virá. Poucos analistas consideram a possibilidade de embate entre os candidatos que compõem o pelotão de segundos colocados. Supondo a hipótese de um segundo turno confirmado por pesquisa e em tempo hábil de campanha, os bem posicionados com potencial para enfrentar Barjas Negri poderão ser obrigados a se estranhar de alguma forma na tentativa de ampliar a diferença entre eles.
Calmaria imprevisível 4
Mas é fato que, de tudo que se pensou nos bastidores sobre a possibilidade de esta ser uma eleição muito agressiva, vive-se um momento de calmaria sem igual. Uma calmaria imprevisível. Uma normalidade imprevisível. Que venham, então, as pesquisas. Que venha, então, o debate. Algum fator surpresa pode sair desse aparente marasmo e virar nos avessos o que se tem até aqui por normal, por previsível. Haverá surpresa?
VOZ DA RUA
Enquanto isso, a voz da rua, Fernando Vieira, traz as últimas notícias. “Moradores reclamam há uma semana de vazamento de água em passeio, na rua Guilherme Hoeppner, 105, região do bairro Jardim Caxambu. Cadê a IA?” Ele se refere ao projeto apresentado pela prefeitura, de ter um mecanismo de inteligência artificial observando os problemas das ruas da cidade para melhorar a gestão pública. Fernando supõe que a IA exista, mas não está funcionando. E tem mais: “Bancos da Praça Alcides Correira de Campos, na região Sul da cidade, continuam sem manutenção de zeladoria e serviços públicos.”