Balança comercial de Piracicaba tem sido negativa desde 2019
O fato é a importação de peças e motores que compõem os carros produzidos no parque automotivo local
A balança comercial de Piracicaba, em 2024, registrou queda de 32,5 milhões de dólares, segundo o boletim Observatório da RMP, sendo cerca de US$ 3.150.696.263,00 exportados e US$ 3.183.179.480,00 importados.
No ano anterior, o desempenho econômico na relação entre exportações (US$ 3.533.830.176,00) e importações (US$ 2.946.894.605,00) havia sido melhor, com um superavit de 587 milhões de dólares.
No entanto, de 2019 a 2022 a balança comercial do município foi negativa. Para a professora Cristiane Feltre, que integra o grupo de estudos da Esalq para a elaboração do boletim econômico, desde a instalação da Hyundai em Piracicaba a balança comercial tem sido deficitária.
Por isso, ela considera o superavit de 2023 algo pontual. “Parece ser algo muito pontual. Nossa balança vem registrando déficits desde a instalação da Hyundai em Piracicaba”, enfatiza a pesquisadora.
De fato, a Hyundai produz motores em Piracicaba desde 2022. “São 70 mil motores produzidos por ano, frente a 200 mil veículos produzidos por ano. A diferença (130 mil) vem importada da Coreia [do Sul]”, afirma a assessoria de imprensa da multinacional.
“Apesar de elevar o número de empregos formais, ela [a Hyundai] agrega pouco valor dentro do território, dependendo da quantidade de peças que importa”, detalha a pesquisadora.
Por outro lado, a expansão do parque automotivo de Piracicaba e na região, com a ampliação da produção de peças até então importadas, é vista de forma positiva por Cristiane Feltre. Pois se trata de um movimento que tende ao equilíbrio da balança comercial do município de forma perene.