O primeiro debate na Band TV Campinas entre os candidatos a prefeito de Piracicaba foi um exercício de síntese. A maioria demonstrou dificuldade para se enquadrar na regra, com blocos de um minuto e de trinta segundos. Faltou treino para expor ideias sem se arrastar na zona cinzenta do áudio desligado pela emissora.
Luciano Almeida (PP) passou muito tempo sem ser importunado por nenhum candidato. Edvaldo Brito (Avante), o padre Kelmon do prefeito, cumpriu seu papel à perfeição. Enfático, chegou, inclusive, a constranger Barjas Negri (PSDB). A estratégia deu a impressão de que o encontro foi favorável ao candidato à reeleição.
Barjas conseguiu alguns momentos de sucesso, a partir do terceiro bloco. Pegou no pé de Alex de Madureira (PL), em relação a emendas parlamentares, e de Almeida, com a falta de vagas em creches. Lidou relativamente bem com o grande provocador, Edvaldo Kelmon, digo, Brito. Chegou inclusive a denunciar o complô armado para difamá-lo.
No pelotão dos segundos colocados nas pesquisas, não houve novidade que rompesse a linha de avanço. Também calibraram suas armas contra o tucano e faltou ímpeto para causar desequilíbrio entre eles mesmos. Madureira chegou a falar de processo contra Helinho, mas não prosperou. Helinho tentou comprometê-lo com emendas que não vieram ao município, mas foi pego no contrapé.
Bebel tentou o papel de pacificadora geral da nação, de mulher em paz com o cenário, protegida por Lula. Mas também se perdeu em falas que não geraram o menor diferencial, com vazios lógicos. O mesmo se deu com Paulo Campos, que perdeu pontos pelo microfone.
Se valeu a pena ficar acordado para o encontro da noite? Quem acompanha política na cidade há muito tempo ficou com a sensação de um truque previsível e bem-sucedido contra o líder nas pesquisas, que o viletim.com.br apontou.
Foi como se o confronto estivesse definido entre Barjas e Luciano, tendo como coadjuvantes os demais candidatos, e Brito carregasse o troféu de papagaio de pirata. Há necessidade de ajustes na estratégia de cada candidato para TV. Possivelmente, o bordão de Helinho (Desenrolar a cidade) ganhe força, mas precisa ser trabalhado com uma pontuação que provoque.