Barjas Negri para deputado federal?
Este parece ser o caminho mais condizente com seu momento, deixando margem para disputar novamente o Centro Cívico em 2028
Apesar de o calendário estar ainda bem frio para 2026 em Piracicaba, há movimentos precisos para a data que sinalizam ajustes de estratégias de alguns candidatos naturais para o pleito que vai eleger um novo presidente (ou não) dois senadores, governadores e deputados estaduais e federais. Falemos de Barjas Negri.
O ex-prefeito entrou de mansinho para o PSD após conversa direta com o presidente do partido, Gilberto Kassab. Com isso, deixou o velho PSDB local um pouco bagunçado. Ainda não se sabe se aqueles que eram seus companheiros na legenda anterior seguirão o mesmo caminho dele. O que se sabe é que apenas Rosângela Camolese e Sérgio Bissoli deixaram o partido, por enquanto.
Em se tratando de Barjas Negri, ele não dá ponto sem nó. Sua ida ao partido de Helinho Zanatta, sem que o prefeito fosse consultado (?), é revelador de uma estratégia pontual. Há quem diga que o ex-tucano é um eterno candidato a prefeito de Piracicaba. Se isso for verdade, como ele concorreria em um partido que teria o próprio prefeito (Zanatta) como potencial candidato à reeleição? Ou que lançaria um nome do seu grupo para a missão? Eis o mistério da fé.
O truque seria o seguinte. Barjas concorreria a deputado federal no próximo ano. Faria uma boa campanha para medir sua força. Caso constatasse elevado potencial para voltar ao centro cívico, simplesmente aproveitaria uma nova janela partidária para voltar ao PSDB ou a uma legenda parceira onde pudesse disputar o posto com Zanatta.
Sendo assim, o seu grupo de apoio na cidade não precisaria seguir o mesmo caminho que ele, indo ao PSD. Poderia ficar no mesmo partido esperando o retorno do filho pródigo. Inclusive, ele voltaria com a força necessária para corrigir a composição interna da legenda, que está dividida neste momento.
Tanto é que o professor Menten (ex-secretário do Meio Ambiente) deve assumir o diretório local do PSDB, tendo a missão de preservar certa tradição no ninho tucano, uma vez que ele era o vice de Barjas Negri e seu fiel escudeiro. Tudo mudaria para nada mudar, como diria Tomasi di Lampedusa.
Por que se aposta que Barjas Negri concorreria a deputado federal? Porque ele teria em mãos um discurso fácil e forte, baseado na tese de que Piracicaba está há anos sem representação no Congresso Nacional. Teria assim apoio da elite local e do seu eleitorado natural. Além de que, ele seria o único candidato da cidade com abrangência regional e experiência – basta ver seu currículo –, com potencial verdadeiro de ser eleito.
Se eleito for, o cenário muda, porque seu discurso contra Zanatta sempre foi de que seu concorrente deveria concluir o mandato de deputado estadual. Sendo assim, a lógica valeria para ele também. E teríamos assuntos novos na pauta política da cidade. Barjas ganharia e Zanatta ganharia. Com a derrota de Barjas, a disputa entre os dois pelo Centro Cívico voltaria a se acirrar em 2028.
Mas para se cacifar a candidato a prefeito novamente, Barjas Negri precisaria concorrer a federal, porque se seu objetivo for a Alesp, não teria como medir seu potencial para a disputa local novamente, sob o risco de ter baixa votação em uma disputa com Alex de Madureira e Professora Bebel. Com isso, Alex Madureira teria a estrada livre para se reeleger, sem concorrente à altura em seu campo de atuação.
Que ele seja eleito e depois retorne à administrar Piracicaba que está um caos ,cheia de nós para serem desatados