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Bolsonaro e a PGR, o samba-enredo

Bolsonaro e a PGR, o samba-enredo

Punam-se os culpados por esse pandemônio

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Romuado da Cruz Filho
fev 20, 2025
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Bolsonaro e a PGR, o samba-enredo
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Não faz sentido para um site como o viletim.com.br, que tem a liberdade e o combate à corrupção como fundamentos, defender um movimento que tinha o objetivo expresso de golpe militar. Esse tipo de manobra contra as leis do país é o caminho mais tosco que existe para calar opositores. Iniciativa aloprada, antidemocrática, típica de país bananeiro.

Foi o que tentou fazer Jair Messias Bolsonaro e seus comparsas. Por sinal, a história toda, que culminou no 8 de janeiro, penso eu, seria melhor contada pela patota do Casseta & Planeta do que pelo Procurador-Geral da República, Paulo Gonet Branco, que apresentou esta semana denúncia contra o ex-presidente.

Não se trata aqui de relativizar a questão e dar tom burlesco para tudo o que acontece no mundo bolsonarista no breve período que antecedeu o ataque à Praça dos Três Poderes, mas sim, para apontar o nível da delinquência em que a política nacional está atolada.

De uma implicância com as urnas, que ele teimava ser um problema nacional, e não era, a conversa avolumou para conspirações com representantes do alto comando das forças militares e a construção delinquente de discursos fantasiosos sobre a realidade, a fim de justificar uma intentona, avessa à posse de Luís Inácio Lula da Silva, vencedor da eleição.

Agora o Brasil todo é obrigado a acompanhar essa tragicomédia e levá-la a sério, porque o assunto é sério, mas os personagens não. Enquanto Getúlio Vargas saiu da vida para entrar na História, Bolsonaro saiu de uma história para atazanar a nossa vida.

O que era para se resumir ao mundo do Sargento Tainha e de Recruta Zero, virou realidade. As pessoas me perguntam o motivo de eu não enfrentar esse tema e preferir bater no Lula. Respondo que o ideal seria deixar esse assunto para amanhã ou depois de depois de amanhã, de tão imbecil.

Uma das máximas do Recruta Zero era: Por que não deixar para amanhã o que podemos fazer depois de amanhã? Mas não. Em pleno Carnaval, Bolsonaro é o nosso samba-enredo. E o homem foi fisgado pela teoria do domínio do fato, a mesma lógica jurídica que pegou Lula na Lava Jato.

Ou seja, há coisas que os subalternos podem tramar somente com a anuência dos seus superiores. A responsabilidade, afirma a peça apresentada por

Gonet, só poderia ser dele, Jair Messias Bolsonaro. Isso é um fato e a denúncia segue para o colo de Alexandre de Moraes, outro que parece personagem de história em quadrinhos.

Do que Bolsonaro é acusado? De tramar um golpe contra a democracia. O resto é subproduto de uma mesma iniciativa amalucada. Sua defesa tenta pincelar no processo todos os momentos em que as provas contra o ex-presidente são frágeis. Tentam assim desvirtuar a acusação e a estrutura do processo. Tentam fazer... exatamente o que Lula tentou fazer quando colocado contra a parede, em um passado remoto, quando corria a Lava Jato... e conseguiu.

Bolsonaro vai ter que se defender ainda de outras encrencas, como a que se meteu durante a pandemia de Covid 19, negando a letalidade da doença, enquanto pessoas morriam em todo o país. Bolsonaro vai ter que se defender ainda de recebimento de joias como presentes internacionais, que ele guardou como sendo seus. Entre outras coisas.

Está enrolado, é fato, e deve ser julgado e punido, dentro das quatro linhas da lei, como ele dizia. No entanto, o assunto vai longe, enquanto o Brasil vai se arrastando, como um cordão já bem estafado de tanta folia de presidentes que se alternam neste país do Carnaval.

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