O que leva Trump a tentar executar projetos mirabolantes e fantasiosos em seu segundo mandato? A truculência com que atua na Casa Branca não revela apenas determinação em dar forma a ideias fora da curva, como também a falta de jeito para lidar com a realidade.
Sem diplomacia alguma, o presidente dos EUA assusta inclusive seus próprios eleitores, que viam nele o caminho mais curto para corrigir distorções no ambiente cultural da América, mas que se veem agora diante de um homem desequilibrado, imprevisível e sem referência em relação ao que faz e ao que pretende fazer, tornando-se assim muito perigoso.
Suas atitudes agressivas contra imigrantes, seu desvario para enfrentar a China, sua submissão a Putin, sua postura covarde diante de Zelensky. São movimentos insensatos que confundem qualquer pessoa que tenha como parâmetro um mínimo de bom senso. Esperar bom senso de Trump se tornou penoso.
Há quem diga que tudo em Trump é um exercício de poder e vaidade, mas que ele logo se revela dócil e doméstico diante dos resultados negativos obtidos pelas suas investidas. Não se deve temê-lo. Ou seja, ele tem o dom de mudar de postura diante de um erro, mesmo que não o reconheça publicamente. Basta observar o que ele está fazendo com a China.
Cantou de galo, o país asiático não se amedrontou, mantendo posição firme, o que o levou a ceder logo na sequência ao perceber que o caminho seguido era um tremendo equívoco. Agora Trump quer negociar, como se nada tivesse acontecido. Estilo cachorro que se faz de bravo por não reconhecer o dono. Quando se dá conta, enfia o rabo embaixo da perna e balança a cabeça, demonstrando mansidão em busca de afago.
Mas com Putin, ele inverte seu papel e o lado feroz desaparece. Trump quer a todo custo se comportar como um cachorro dócil e digno do seu dono, como em uma novela russa. Putin, por sua vez, o trata como a um idiota. Trump não percebe que está sendo menosprezado e insiste em querer fazer graça.
Como em um enredo daquela novela russa em que Trump é o cachorro lançado à correnteza do rio a fim de que desaparecesse. Mas, no momento do golpe, Putin deixou seu chapéu cair na água. Determinado, Trump salva o chapéu do seu dono nadando bravamente e o leva de volta, demonstrando sua ousadia e sua servidão canina. O mundo esperava do chefe da Casa Branca uma postura mais dura diante de um assassino, mas isso parece que não vai acontecer.
Por outro lado, Trump tenta se demonstrar ferino contra Zelensky, o presidente da Ucrânia, país invadido e bombardeado por Putin. Estas cenas revelam uma mesma coisa, a falta, por parte de Trump, de discernimento entre o certo e o errado, uma vez que ele tenta, mesmo diante da realidade cruel dos fatos, salvar o chapéu do seu senhor, demonstrando servidão cega ao que há de pior.
Esse movimento do mundo, que forja líderes sem qualquer caráter, também afeta o Brasil, tomado por Lulas e Alexandres. Por sinal, temos também um presidente que lambe as botas de Putin e as botas de Xi Jinping. Um homem que quer dar lição de moral a Zelenky. Que olha para o espelho e vê apenas o dedo que lhe falta, nada mais, por isso se sente completo.
Trump, Lula e Putin são a síntese de um novo tempo, em que as referências de integridade desapareceram e eles se espelham sem constituir sequer um vislumbre de moral humana. Por isso eles precisam ser evitados, sob o risco de vermos desaparecer também o próprio espelho de valores para a vida.