Câmara disponibiliza livro com histórias de Piracicaba do Século 19
Setor de Gestão de Documentação e Arquivo publica livro de Atas com registros de 1852 a 1859
Chefe do Setor de Gestão de Documentação e Arquivo da Câmara Municipal de Piracicaba Giovanna Fenili Calabria - Foto: Guilherme Leite
O Setor de Gestão de Documentação e Arquivo da Câmara Municipal de Piracicaba disponibilizou de forma integral seu 9º Livro de Atas na plataforma de Acervo Histórico On-line. Os 243 documentos que compõem a obra, com registros das sessões camarárias realizadas entre 1852 e 1859, estão acessíveis ao público para consulta digital. O material reúne deliberações que revelam o contexto administrativo, social e cultural da antiga Vila da Constituição, atual Piracicaba, durante a metade do Século 19.
As atas registram debates sobre propostas de posturas municipais, questões de zeladoria urbana, construção da capela do cemitério, demandas relacionadas ao antigo matadouro e diversas decisões da Câmara no período.
Entre as anotações de caráter institucional, está a comunicação, feita em 10 de agosto de 1856, sobre a elevação da Vila da Constituição à categoria de cidade, conforme estabelecido pela Lei Provincial nº 21, de 24 de abril de 1856. O anúncio aparece de forma discreta, mas marca oficialmente a transição para o status de cidade, algo reservado apenas às vilas consideradas de maior porte pela Assembleia Legislativa da época.
Para além do conteúdo histórico, a disponibilização do livro é resultado de um trabalho minucioso de digitalização, organização e transcrição realizado pela equipe do Arquivo, incluindo os estagiários Natália Paiva Simões Marques e Ighor Menezes Carvalho, que atuaram diretamente na produção do material publicado.
Natália, que deu início à transcrição do livro, relatou que o processo envolve descobertas constantes e que, ao longo do trabalho, sempre surgem detalhes curiosos. Ela relata, por exemplo, ter encontrado uma discussão inusitada entre vereadores sobre qual padre deveria ser convidado para conduzir cerimônias religiosas para pedir chuva na cidade. Segundo a estudante, “trabalhar com documentos do século 19 exige atenção redobrada e reforça a importância da preservação histórica”.
Ighor, que participou da finalização do processo, destacou a relevância do trabalho para a garantia de direitos e da memória coletiva. Para ele, preservar documentos históricos assegura que a identidade e a trajetória de uma população sejam mantidas vivas, permitindo que novas gerações compreendam sua formação. “Um documento histórico preserva a ideia e preserva a memória de um povo”, afirmou.
De acordo com a Chefe de Gestão de Documentação e Arquivo, Giovanna Fenili Calabria, a disponibilização do material representa uma ampliação significativa do acervo acessível ao público. Ela afirmou que pesquisadores, estudantes e cidadãos interessados passam a consultar diretamente fontes que possibilitam novas interpretações sobre a Piracicaba do Século 19, o que favorece estudos sobre política, desenvolvimento urbano, práticas culturais e decisões administrativas que moldaram a trajetória da cidade.
Confira aqui o 9° livro de Atas.



