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Cesta básica de março teve aumento de 5,27% frete a 0,56% de inflação oficial

O alimento continua sendo o carro-chefe da alta, responsável por 5,68%, mas ele representa 84,96% do total da cesta

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abr 18, 2025
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O valor do Índice de Cesta Básica de Piracicaba (ICB-ESALQ/FEALQ) foi de R$1.412,63 em março, um aumento de 5,27%, se comparado ao mês de fevereiro deste ano.

A alteração do preço final da cesta no mês foi na contramão do que registrou o IBGE a respeito da inflação. Segundo o órgão oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no país, havia desacelerado e fechado em 0,56% no período em questão.

Isso significa que a cesta não acompanhou a inflação e esteve muito acima do indicador do período, sobrecarregando o orçamento das famílias em R$70,72 para aquisição do pacote monitorado pelo ICB-ESALQ/FEALQ.

O alimento continua sendo o carro-chefe da alta, responsável por 5,68%. Mas ele representa 84,96% do total da cesta, o que reduz em cerca de 15% seu impacto na aceleração final, correspondente a 4,82%. Limpeza Doméstica representou 2,64%, numa proporção de 6,76% do custo da cesta (0,18% de impacto), e Higiene Pessoal acelerou 3,32%, numa proporção de 8,28% da cesta (0,27% de impacto), o que resulta nos aproximados 5,27% de aumento.

Se comparado a março de 2024, o cenário da inflação nos supermercados é ainda mais preocupante, uma vez que o aumento da cesta básica de março deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, foi de 15,67%, sendo que o grupo alimentação variou 17,09% de um ano para o outro.

Produtos que mais subiram em março/25

No item alimentação, carne de segunda (18,61%) e café em pó (17,3%) lideraram a alta. O leite (12,01%) e o frango (11,85%) também ajudaram a elevar o preço final da cesta. Na limpeza doméstica, o vilão foi o amaciante (12,56%). Na higiene pessoal, foi o creme dental (12,02%).

Na comparação anual, o café acumula uma alta de 95,11%, considerando que em março do ano passado seu preço era de R$15,95/500g. “Segundo pesquisadores do CEPEA, os aumentos observados nos últimos meses decorrem principalmente da redução da oferta por conta dos eventos climáticos de 2024, o que elevou os preços do grão. Além disso, as expectativas de safras reduzidas para o ciclo 2025/26 reforçam os valores praticados no mercado atual”.

O leite também tem uma explicação relacionado às circunstâncias do setor produtivo. “De acordo com os pesquisadores, o avanço no preço do leite foi motivado por condições climáticas desfavoráveis, que impactaram negativamente a captação do produto, reduzindo a oferta. Soma-se a isso o aumento dos custos de produção, especialmente o preço do leite cru ao produtor, que apresentou elevações sucessivas nos últimos dois meses”.

O Índice de Cesta Básica de Piracicaba é elaborado mensalmente pelo Grupo de Extensão em Economia e Gestão e Desenvolvimento sustentável – GEEDES e Grupo de Extensão e Pesquisa em História e Evolução da Agricultura e dos Complexos Agroindustriais – GEPHAC.

Seus autores são o professor de Ciências Econômicas e Administração da ESALQ/USP, Carlos Eduardo de F. Vian, Bruno Pissinato (Economista e doutorando em Economia pela ESALQ/USP), Tulio Aguiar S. de Macedo (Bacharel em Ciências Econômicas pela ESALQ/USP), João Pedro Rodrigues Theodoro, Lorenzo Marcelino, Gustavo Lobo Peres, Samuel Darck de Souza Vieira (Graduandos em Ciências Econômicas pela ESALQ/USP), com apoio da professora Ana Paula Negri, dos cursos de Ciências Econômicas e Administração da ESALQ/USP

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