Cidadania italiana: Comitiva com representantes brasileiros estará em Roma esta semana para esclarecimentos
Muitas dúvidas surgiram sobre como ficará a situação daqui para frente, inclusive daqueles descendentes que já estavam com os documentos do pedido transitando nas repartições da burocracia italiana
Ministro das Relações Exteriores e Cooperação Internacional da Itália, Antonio Tajani
A decisão do governo italiano de modificar por decreto as regras para a obtenção da cidadania no país, que fica agora restrita a descendentes de pais e avós nascidos na Itália (ius sanguinis), causou repercussão negativa junto às comunidades italianas do Brasil e do mundo.
Anunciada pelo Ministro das Relações Exteriores e Cooperação Internacional da Itália, Antonio Tajani, e publicada por meio de decreto-lei na Gazzetta Ufficiale Della Repubblica Italiana, a medida, que está em vigor a parti de ontem (28), é considerada confusa.
Muitas dúvidas surgiram sobre como ficará a situação daqui para frente, inclusive daqueles descendentes que já estavam com os documentos do pedido transitando nas repartições da burocracia italiana.
Segundo o presidente da Società Italiana di Mutuo Soccorso de Piracicaba, Juliano Menghel Dorizotto, para elucidar a situação, uma comitiva com representantes de comitatos brasileiros estará em Roma na próxima semana.
“Apesar do impacto negativo, é preciso ter paciência e esperar o detalhamento da medida e sua abrangência. Havíamos avisado sobre essa possibilidade de limitação, mas nem tudo está perdido. Esperamos que haja espaço para negociações, pois ela ainda precisa ser aprovada pelo parlamento. No entanto, tudo o que está acontecendo reforça a importância do nosso movimento pela italianidade, para demonstrar que honramos nossa origem”, observou Dorizotto.
Ainda segundo ele, a defesa da cidadania aberta aos descendentes de italianos não pode parar. “E a Società é ainda o melhor espaço para esta reflexão e o fortalecimento do nosso interesse pelas atividades bilaterais entre Piracicaba e a Itália, que vai também ao encontro das relações com os nossos ancestrais, os protagonistas dessa história que nos coloca à frente deste movimento de italianidade.”
Dorizotto destaca nesse processo a importância de participar das atividades italianas, como por exemplo exercitar o direito de votar e falar a língua. “Pois, demonstrar os laços com a Itália deverá ser cada vez ais exigido par a manutenção e continuidade desse direito”, concluiu.