De perto, o STF não é normal
É louca a leitura de Luiz Fux sobre a ação penal, que vasculhou toda a peça montada pela Procuradoria-Geral da República e não viu inteireza?
Eduardo Bolsonaro, com uma cara de ‘psicopata’, chama Moraes de ‘psicopata’. Todo mundo louco, oba! Inclusive Jair Bolsonaro, que já foi até isolado em sua casa para não cometer mais nenhuma loucura.
É louca a leitura de Luiz Fux sobre a ação penal, que vasculhou toda a peça montada pela Procuradoria-Geral da República, do roteirista e editor Paulo Gonet, e não viu inteireza. Apontou as falhas e conexões forçadas para compor um enredo que visa, segundo ele, a condenação de Bolsonaro.
É loucura a apresentação do relator do processo, Alexandre de Moraes, que aceitou o “requintado acabamento” da peça montada sobre o ex-presidente e seus asseclas, envolvido na trama golpista, para implantar uma espécie de ditadura no Brasil.
Arte moderna ou arte clássica?
Independente do estilo, é fato que se revelam olhares diametralmente opostos em relação a uma mesma obra. E olha que ambos os lados sacaram da algibeira uma biblioteca de teóricos do direito penal para validar o que leram, ouviram e viram nos autos.
É possível isso, José?
Fica um tanto quanto evidente que se trata de um roteiro que cada um dos juízes entende como bem lhe cabe. Parece até que ambos os citados aqui não atuavam propriamente como juízes, mas como advogados de defesa e de acusação de um mesmo réu: Jair Messias Bolsonaro.
Para um juiz, a pena máxima, para o outro, pena alguma. Justiça seja feita. A Justiça brasileira está confusa. Talvez o caminho para se compreender melhor o que está acontecendo seria a leitura da peça por uma equipe liderada por Simão Bacamarte. Não?
Pelo menos o risco de seus integrantes assumirem, ao fim, que não estão muito bem do juízo tornar-se-ia real, como na obra de Machado de Assis.
Ao invés da aplicação de pena dura aos envolvidos ou pena alguma, vamos antes assumir que de perto nem mesmo Moraes e Fux são normais. Chego a supor que eles vivem em mundos paralelos, que não nos servem de referência.
Ou então, um deles está de fato com a razão. Se isso for verdade, o outro não estaria com a razão. Para os leigos, como eu, teríamos que chamar o VAR.
Não estou falando de Carmem Lúcia ou Cristiano Zanin. Não. Esses fazem parte da correia de transmissão do STF comandado por Gilmar Mendes.
Êpa! Afinal, o que o decano estava fazendo na sessão de hoje do STF? Tutelando os dois juízes que profeririam votos? Pergunto: Se o STF fosse uma casa de orates, Gilmar Mendes seria o nosso Simão Bacamarte?