É a massa da maçaroca, mãe
Ele foi da água para o vinho, mas as perspectivas sobre avanços em sua conduta continuaram as mesmas
Dezessete entidades entregam ao prefeito Helinho Zanatta versão revisada do Plano de Desenvolvimento - Imagem: ChatGPT
O Brasil é surpreendente. Nem sempre as surpresas são agradáveis, mas elas estão no noticiário nosso do dia a dia, espalhadas por tudo o que lemos e assistimos. Não as notamos pelo fato de estarmos acostumados com o que elas nos trazem. Como se tornaram uma constante, não surpreendem mais. O Brasil não se surpreende, mesmo quando algo surpreendente acontece. São as surpresas de sempre.
Vamos explicar melhor. Se uma semana antes o presidente Lula dissesse que não teria nada para conversar com Donald Trump sobre tarifaço e outras questões econômicas e políticas do Brasil, ficaríamos surpresos? Não, como não ficamos. Porque é Lula, o erradio.
Se na semana seguinte ficássemos sabendo que o presidente Lula estaria ansioso para conversar com Trump sobre tarifaço e outra questões econômicas e políticas, ficaríamos surpresos? Não, como não ficamos. Porque é Lula, o contraditório.
Apesar da mudança abrupta de postura de Lula, nada mudou em nossa indignação diante da falta de biruta do ilustre representante mor. Ele foi da água para o vinho, mas as perspectivas sobre avanços em sua conduta continuaram as mesmas. Não era para ser assim. Lula não nos surpreende mesmo quando estamos diante de algo surpreendente. Por que será?
Se Trump conseguir vantagens nas relações bilaterais com o Brasil após a reunião com Lula e reverter o tarifaço, ficaremos surpresos? Não, porque seria o óbvio. Se a reunião durar apenas 30 segundos e não der em nada, ficaremos surpresos? Não, porque essa bola já foi cantada. Se Lula engatar uma nova fase nas relações com os EUA, com vantagens para ambos os países, ficaremos surpresos? Não. Porque é Lula, o sem noção.
Não, porque as três possibilidades são conhecidas e o país já teve essas oportunidades, mas é que são passagens que, ao fim e ao cabo, não nos levam a lugar algum. Todo mundo clama para que Lula tenha juízo e tire bom proveito do encontro, mas o que isso traria de surpreendente? Nada. Porque o Brasil é commodities e agronegócio. Sempre foi assim para Lula.
Mas é fato que saiu do minério e da soja, estamos no limbo, porque nos faltam escolas, nos faltam know how, nos falta valor agregado, nos faltam as surpresas verdadeiras que Lula deveria nos oferecer, mas não oferece, e fica apenas nas manipulações verbais. Ele é supreendentemente óbvio.
Mais do que juízo, Lula deveria pensar no desenvolvimento do país. Seu assistencialismo o deixa cego e a iniciativa privada anda sozinha, à revelia do seu governo. É só ler nos jornais mais críticos para saber o que levou Trump a querer conversar com Lula. Foi a ação organizada de empresários brasileiros e do vice-presidente Geraldo Alckmin, que entende um pouquinho mais de mercado aberto.
Portanto, o encontro de Lula com Trump vai no máximo recolocar as coisas no mesmo lugar em que estavam antes das intrigas entre EUA e Brasil, por causa de Bolsonaro. Sem que saiamos de fato do lugar. Isso é surpreendente.
Claro que Lula vai explorar a recuperação dos pontos perdidos como vitórias do seu senso diplomático. Porque tudo vai continuar do mesmo jeito que sempre foi. Lula é tão tolo que tem alardeado que vai fazer de tudo para colocar fim à guerra da Ucrânia. Se possível, até conversará com seu amigo, o sanguinário Putin, como tentou seu mais novo amigo Trump. Uma aberração de raciocínio que deveria surpreender, mas não surpreende nada.
Ao invés de colocar a Janja no devido lugar dela, pelos abusos nas viagens, Lula fica dizendo para todo mundo que vai levá-la para que o Trump a conheça e fique sabendo que ele é um homem bem-casado. É um doce esse presidente.
Alguém deveria falar, ‘cala a boca, Magda!’ Mas não. O entendimento da circunstância fica perdido em meio a tanta fala errática e aberrante, que o brasileiro gosta e aplaude. Impressionante. Tudo muito surpreendente, mas que não traz mais surpresa alguma. É a massa da maçaroca, mãe.