Exploração de Impacto Reduzido (EIR) amplia recuperação de biomassa em florestas tropicais
O estudo da Esalq avaliou 30 anos de monitoramento em áreas de floresta manejadas na Fazenda Agrosete, em Paragominas (PA)
Pesquisa desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) revela que o manejo florestal com técnicas de Exploração de Impacto Reduzido (EIR) promove maior recuperação de biomassa e resiliência em florestas tropicais da Amazônia quando comparado à exploração convencional (EC), considerada predatória.
O trabalho foi realizado pelo engenheiro florestal Rodrigo Costa Pinto, como tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Recursos Florestais da Esalq, sob orientação do professor Edson Vidal, do Departamento de Ciências Florestais. A pesquisa teve colaboração da Embrapa Amazônia Oriental e da Wageningen University (Holanda), com apoio da Capes e da Fapesp.
O estudo avaliou 30 anos de monitoramento em áreas de floresta manejadas na Fazenda Agrosete, em Paragominas (PA), utilizando inventários florestais periódicos e tecnologia de sensoriamento remoto com LiDAR embarcado em drones. Os resultados apontam que áreas submetidas à EIR recuperaram 128% da biomassa original em 24 anos, enquanto áreas exploradas de forma convencional permaneceram abaixo do nível inicial, com cerca de 90% da biomassa recuperada.
Além da biomassa, a EIR apresentou melhor estrutura do dossel (maior altura e índice de área foliar, com menor abertura de clareiras) e maior resiliência frente a eventos climáticos extremos. O estudo também demonstrou que o uso integrado de inventários de campo e LiDAR é uma ferramenta eficiente para monitorar a recuperação florestal, subsidiando práticas de fiscalização e planejamento sustentável.
Segundo Rodrigo Costa Pinto, a pesquisa traz uma base científica sólida para fomentar a transição de práticas convencionais para o manejo de impacto reduzido, fortalecendo políticas públicas e mecanismos como REDD+ e Incentivos ao Manejo Florestal. “A EIR não apenas reduz os danos imediatos, mas também garante maior resiliência das florestas tropicais a longo prazo”, destaca o pesquisador.