Força-tarefa combate incêndio no Monte Branco há uma semana; 50 hectares foram consumidos
Equipes da Prefeitura atuam em conjunto com Corpo de Bombeiros, Fundação Florestal de Rio Claro, Fundação Florestal de Barreiro Rico e helicóptero Águia da Polícia Militar
A serra do Monte Branco, localizada na zona rural de Piracicaba, já teve cerca de 50 hectares de vegetação consumidos em um incêndio que teve início na última sexta-feira (5). A área total tem cerca de 150 hectares. Os focos estão a apenas 450 metros de distância da Estação Ecológica de Ibicatu, área dedicada à proteção ambiental, pesquisas científicas e educação conservacionista.
A ação mobiliza equipes da Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente, da Patrulha Rural da Guarda Civil Municipal e da Defesa Civil, que atuam em conjunto com o Corpo de Bombeiros, Fundação Florestal de Rio Claro, Fundação Florestal de Barreiro Rico e equipe da Operação SP Sem Fogo, do Governo do Estado.
Na tarde desta sexta-feira (12), as equipes atuavam no combate com apoio do helicóptero Águia da Polícia Militar (PM), drones, caminhão-pipa, tratores. O Águia realizou mais de dez lançamentos de água, o que ajudou a conter o avanço das chamas. Também foram feitos aceiros - técnica que remove a vegetação em torno da área atingida para dificultar a propagação do fogo.
De acordo com o segundo sargento do Corpo de Bombeiros, Marcolins, a baixa umidade relativa do ar dificulta o trabalho das equipes. “A maior preocupação é com as residências próximas e a Estação de Ibicatu”, explicou. Ele lembrou que, no período de estiagem, a vegetação seca e o clima tornam o controle das chamas mais difícil, especialmente em áreas de difícil acesso, como é o caso do Monte Branco. O sargento destacou que o trabalho deve continuar nos próximos dias.
O gerente da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente, Daniel Richard de Campos, o Dilão, acompanha a situação no local com uma equipe que atua com caminhão-pipa e trator. “É uma área muito extensa e estamos unindo forças para acabar com o fogo o quanto antes.”
O secretário da Pasta, Maurício Perissinotto, esteve no local e destacou que no mês de abril a Prefeitura realizou uma oficina de prevenção a incêndios florestais no entorno da Estação Ecológica Ibicatu. O evento, que aconteceu no bairro Floresta, reuniu representantes dos setores público, privado e da sociedade civil, em uma iniciativa conjunta da Pasta, da organização Novo Encanto Ecologia, da Fundação Florestal, da Iniciativa Verde e da empresa Plant Inteligência Ambiental.
Produtores rurais também colaboram com os trabalhos. Noedir Granja relatou que o fogo chegou a apenas 50 metros de distância de sua propriedade, onde vivem sua família e há criação de gado e plantação de cana. “Vim ajudar como voluntário. A preocupação maior são as propriedades que tem aqui perto e a Ibicatu. Se o fogo atingir esses locais será um prejuízo muito grande.”
ORIENTAÇÃO - O primeiro-sargento do Corpo de Bombeiros, Gentile, destacou que, durante o período de estiagem, que começa em junho e segue até outubro, as ações de combate, fiscalização e conscientização sobre incêndios são intensificadas. “A população deve colaborar com medidas preventivas, como evitar fogueiras, descartar lixo corretamente e não atear fogo, não jogar cigarros em áreas de vegetação e manter terrenos limpos”, explicou.
Para denunciar queimadas, a orientação é acionar o 199 (Defesa Civil), o 193 (Corpo de Bombeiros), o 190 (Polícia Militar) ou o 153 (Guarda Civil Municipal).
CRIME AMBIENTAL - Provocar incêndios em áreas verdes é crime ambiental, previsto na Lei nº 9.605/1998, com pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa. A pena pode ser ampliada em casos de dolo ou destruição de grandes áreas, e há projeto de lei em tramitação que propõe o aumento da punição para até seis anos de prisão. A multa por incêndio depende do tipo e da localização da área afetada, com novos valores estabelecidos a partir de 2024, podendo chegar a R$ 10 mil por hectare em vegetação nativa ou de R$ 3.000 mil por hectare em áreas agropastoris sem autorização.