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Greve de auditores da Receita passou do limite suportado pela sociedade, alerta o Ciesp

’Os brasileiros não podem continuar reféns da discórdia’

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abr 10, 2025
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Em nota à imprensa, Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp-SP) enfatiza urgência pelo fim da greve dos auditores fiscais da Receita Federal. Segundo o presidente da entidade, Rafael Cervone, a paralização prolongada, que se estende por meses, ultrapassou todos os limites do razoável e do bom senso, colocando em risco a economia, as empresas e os trabalhadores. A entidade clama, então, por uma solução para o impasse entre a categoria e o Governo Federal.

"Independentemente de quem tenha razão, a sociedade não pode continuar refém da discórdia e arcando com seus ônus", afirma Rafael Cervone, presidente da entidade e primeiro vice da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

As consequências nocivas da paralisação, segundo a entidade, estão escalando, com atrasos na liberação de cargas, documentos retidos e processos aduaneiros estagnados por dias.

Setores que dependem de agilidade, como o farmacêutico e o de alimentos perecíveis, são os mais afetados, mas os prejuízos espalham-se por todas as cadeias produtivas.

Empresas enfrentam custos operacionais mais altos, perda de competitividade e risco de desabastecimento, em um momento no qual a estabilidade econômica é prioritária. O comércio exterior também é muito impactado.

Em dezembro de 2024, o Ciesp já havia encaminhado ofício ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pedindo solução e apontando os danos causados pelo movimento. Desde então, a situação só piorou.

Nos terminais de carga, o acúmulo de mercadorias ameaça levar o sistema ao colapso. As empresas ficam sem alternativas, tendo de esperar – até 15 dias, em vários casos – pela liberação de produtos, inclusive itens essenciais.

A greve entrou em uma fase ainda mais crítica com a operação "Desembaraço Zero", iniciada em 31 de março e que deverá prosseguir até 11 de abril. A manobra, para quase todas as liberações aduaneiras, repete uma ação semelhante à realizada em fevereiro último, quando mais de 75 mil remessas ficaram retidas.

Desta vez, os efeitos podem ser ainda piores: a desorganização da cadeia de suprimentos tende a pressionar os preços, com estimativa de aumento de até 2,1% no valor final dos produtos, com reflexos diretos na inflação no período da Páscoa.

Se não for resolvida já, a greve pode transformar um problema pontual em uma crise estrutural no comércio exterior brasileiro e nas cadeias de valor.

“Por isso, reforçamos o apelo por uma solução imediata, com a promoção do diálogo e do entendimento entre os auditores e o governo. E, para ontem, é premente atender às demandas urgentes, como a liberação de medicamentos, insumos produtivos e mercadorias perecíveis, antes que os prejuízos se tornem irreversíveis”, enfatiza Cervone.

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