Loteria Municipal: um acerto em que a cidade ganha
É preciso transparência e objetividade no destino dos recursos arrecadados
Agora a onda da oposição ao governo é estigmatizar a loteria municipal que Helinho Zanatta pretende implantar na cidade. Discurso de perdedor. O projeto de lei já foi encaminhado ao Legislativo para apreciação. É importante saber que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu sobre a questão em 2020, permitindo que Estados e Municípios instituam suas próprias loterias.
Muitas cidades brasileiras se anteciparam e oficializaram suas respectivas casas de apostas, tais como São Vicente, Guarulhos, Cabo Frio, Maceió, Aracaju, Salvador e Curitiba. A mais interessante é Curitiba, que, desde 2022 direcionou a receita para um fim específico: inovação tecnológica e financiamento de startups e empreendedores locais.
Como explica matéria do site loteriasmunicipais.com.br, de onde foi tirada a imagem acima, “Os recursos arrecadados pela Loteria de Curitiba são aplicados em projetos que incentivam o desenvolvimento tecnológico da cidade, como incubadoras de empresas, centros de inovação e programas de aceleração de startups”! A iniciativa tem atraído novos projetos para a cidade.
Parte dos recursos vai também para a modernização dos serviços públicos, com a digitalização de processos e o desenvolvimento de soluções tecnológicas para melhorar a eficiência da gestão municipal. No caso de Piracicaba, Helinho poderia destinar à previdência dos servidores públicos, por exemplo, e minimizar assim o déficit do IPASP.
Loterias dessa natureza existem no mundo todo. As pessoas gostam de apostar e vão continuar apostando, mesmo que se trate do tema como jogo de azar. Evidente que as pessoas precisam ser responsáveis e não gastar o que não têm para ganhar o que não vão ganhar.
Para se ter uma ideia, Mário Quintana jogou na loteria a vida inteira e nunca ganhou nada. Nem por isso desistiu de apostar. Era para ele uma diversão. E não podemos achar que o poeta estava sendo enganado.
No caso da loteria municipal, apesar das possibilidades de crítica, é uma ferramenta nova e pode ser testada em Piracicaba. O governo diz que o potencial de receita é de R$ 75 milhões por ano. Uma boa grana. O que precisa em tudo isso é de transparência e objetividade. Feito da forma correta, é uma aposta certeira, porque o governo municipal vai ganhar, sempre. Bem investido o recurso, o município também acerta.