Nota do Ciesp critica postura de Donald Trump
Taxa pode comprometer as relações de negócios entre os dois países e impactar em toda a sociedade brasileira
O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) manifestou sua preocupação com a tarifa aplicada por Donald Trump ao Brasil. Segundo a nota da entidade (abaixo), com a medida, o presidente dos EUA ultrapassa o limite da diplomacia e cai em questões pessoais e ideológicas.
O Ciesp considera a medida prejudicial às relações econômicas entre os dois países, atingindo não apenas a produção industrial e a balança comercial, como também as forças produtivas, o que impacta em toda a sociedade brasileira.
Considera a crítica de Trump, de que a taxa de 50% corrige uma distorção histórica entre os dois países, no que diz respeito ao déficit americano, equivocada, uma vez que os EUA sempre obtiveram superávit na balança. A entidade apela, mesmo assim, para a diplomacia e a necessidade de respeito às regras da relação bilateral. Leia nota abaixo:
Ciesp - Nota à Imprensa
QUESTÃO TARIFÁRIA EUA - BRASIL
10/07/2025Manifestamos nossa profunda preocupação diante do atual embate entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que ultrapassa os limites da diplomacia ao utilizar a questão tarifária como instrumento de disputa pessoal e ideológica.
Tal postura equivocada tem causado prejuízos concretos e imediatos às nossas relações comerciais, afetando diretamente as forças produtivas, os trabalhadores e toda a sociedade. Faltam argumentos concretos em favor dos EUA para uma tarifa de 50% nas importações do Brasil. Não procede a justificativa do presidente estadunidense sobre a balança de pagamentos entre os dois países lhes ser desfavorável, já que apenas na última década o superávit a favor deles foi de US$ 91,6 bilhões no comércio de bens. E se incluído o comércio de serviços, o superávit dos EUA chega aos US$ 256,9 bilhões.
A soberania do Brasil, assim como a de qualquer nação, deve ser respeitada. Questões pessoais e ideológicas de governantes não podem prevalecer em relações internacionais entre nações, pois os danos causados são severos e de difícil reparação, colocando em risco o desenvolvimento e o bem-estar de nossos povos. O diálogo diplomático deve ser respeitado; e com fatos não falsas versões deles.