O boneco gigante e o assassino contumaz
Pela dinâmica das negociações entre os EUA e a Rússia, em relação à guerra na Ucrânia, Donald Trump tem se parecido com um gigante bobão, desses que se tem medo mais pelo seu potencial de criar problemas do que soluções em um piscar de olhos. Cômico e ridículo, ao mesmo tempo.
O potencial de racionalidade do presidente americano é baixo e seus projetos transitam em um terreno psicológico, em que o desequilíbrio emocional e lógico falam mais alto. Tudo seria muito mais fácil se ele estivesse em sua razão plena e em sintonia com os fatos.
Nenhum líder europeu procura falar palavras que possam desagradá-lo, pelo seu temperamento agressivo e sua assessoria mal-educada, que pode piorar ainda mais o que já está péssimo. Tudo para evitar novos desgastes nas relações e piorar o cenário.
Porque os EUA sempre foram uma peça fundamental em momentos históricos decisivos para a manutenção da democracia no ocidente, devido ao seu poderio militar, tecnológico e financeiro, o que faz a diferença na geopolítica, especialmente em situações e conflitos bélicos de tal dimensão.
Zelensky tem seguido o mesmo caminho dos europeus. Ele procura ser gentil com os americanos que comandam a Casa Branca. Mas todos sabem que o gigante bobão é sem noção e brinca o jogo do ditador russo, Vladimir Putin.
Como não há uma forma fácil de dizer publicamente que Trump está fazendo papel de delinquente, o jogo continua. Paralelamente, as articulações na Europa avançam em busca de condições que possam conter o desvario do ditador russo.
Pela delicadeza da situação, de ter que administrar a emoção de um gigante infantilizado e, por outro lado, trabalhar com o radicalismo cínico de um assassino contumaz, os líderes europeus passam por mal bocados.
Todos, de alguma forma, esperam pelo inusitado, ou seja, que algo aconteça para acordar o bobão e ele possa assim direcionar sua força para a missão certa. Enquanto isso, a tensão está no ar. Não há uma fórmula pronta para um cenário tão inusitado como o do momento, em que se trabalha com um idiota e um psicopata, ambos extremamente poderosos, para se resolver questões que eles simplesmente ignoram.