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O brasileiro e a cesta básica

Dados obtidos pelos estudos da Esalq/Fealq explicam em partes a dinâmica política do país

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mai 22, 2025
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O cenário econômico, evidentemente, tem muita força para ditar o andamento da política. A queda da popularidade do presidente Lula, por exemplo, sofre influência da realidade dos preços nos supermercados. Claro que não é só isso. Há também a visão mágica do líder sobre a realidade brasileira e do mundo. Ao invés de ensinar Janja sobre relações de poder, Lula tem recebido aulas sobre como falar bobagem sem originalidade alguma, ao ponto de perder a noção do seu papel no cenário em que atua. Antes do casamento com a socióloga magistral, o presidente ao menos falava besteira de forma risível. Hoje, nem isso.

Mas a questão econômica de que se fala neste artigo está relacionada a algo comezinho, que é a cesta básica. De acordo com estudos realizados pela Esalq/Fealq, houve aumento de 14,48% nos itens que a compõem se comparado o preço atual ao que era pago em 2024. Olha que o indicador leva em conta um pacote modesto de suprimentos para a família, porque se consideramos a situação como ela se dá, nos supermercados, a realidade é muito mais grave e esse índice de aumento até duplica, a depender do critério da análise. O levantamento mostra a realidade de Piracicaba, que não é muito diferente do que acontece em todo o país.

Hoje, ainda segundo a Esalq/Fealq, a cesta básica já corresponde a quase todo o salário mínimo nacional. Mais precisamente, a 94,62%. Isso quer dizer que o assalariado recebe, compra o mínimo para se alimentar e o dinheiro acaba. Não fosse o pool doméstico para bancar a sobrevivência do grupo (pai, mãe, filhos trabalhando), os bicos e as ajudas oficiais, a maioria dos brasileiros estaria em maus lençóis.

O brasileiro é antes de tudo criativo em sua luta pela sobrevivência. É fato também que essa margem enorme de criatividade funciona como porta de abertura para novas experiências econômicas que, quando bem-sucedidas, distanciam o cidadão comum do poder vigente, como está acontecendo com Lula. Os preços nas gôndolas aumentam, o brasileiro resiste, o governo cai na preferência geral. Como assim?

Entramos aqui na sociologia da nova economia, que o governo considera subemprego, mas é o que está movendo o dia a dia de muitos, como aplicativos (99 e UBER), Ifood (entregas), realização de serviços domésticos para terceiros, enfim. O dinheiro no bolso aumenta, os planos se tornam mais ousados, com a intenção de crescer, e o governo vai ficando na poeira com seu assistencialismo atrasado.

Desde quando acompanho o boletim da Esalq/Fealq não tenho visto o preço dos alimentos ceder, quando analisados no conjunto. Em abril subiu mais 2,12% em relação ao mês anterior. E é o setor de alimentos que conta, uma vez que ele representa a 85,33% do valor total da cesta básica. E o que sobe? O que o consumidor assalariado mais consume, como linguiça, salsicha, alho e até ovo, sem falar da carne. Os produtos de limpeza até que tiveram quedas nos preços 4,43%, mas eles representam de 6% a 8% do culto total.

Nesta toada, a briga política deste ano, até as eleições de 2026, tende a ser acirrada. O governo tenta manter seu assistencialismo para um público que começa a ver desvantagem em se manter dependente do esquema oficial. A oposição se movimenta, sem uma linha conjunta de ação e propósito. Claro que o governa ainda tem força. Tanto é que Lula almeja a reeleição. Mas até ele sabe que o cenário está bem escorregadio e distante da sua estratégia de obter votos. O resultado do que vira ainda é pura incógnita.

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