Operação apreende computadores e investiga possíveis irregularidades em gestão da UPAs Vila Cristina e Vila Sônia em Piracicaba
Vários vereadores haviam apontado irregularidades que mereciam investigação severa
Não é de hoje que se suspeita da forma de trabalho da OSS Mahatma Gandhi, responsável pela gestão das UPAs Vila Sônia e Vila Cristina em Piracicaba. Vários vereadores haviam apontado irregularidades que mereciam investigação severa. No entanto, havia uma dificuldade tremenda para se abrir um processo que questionasse a conduta da empresa ao trabalhar com recursos públicos, a qualidade dos seus serviços e as relações trabalhistas com seus contratados.
Houve casos de mortes e negligências no atendimento de pacientes sob sua gestão, especialmente pela UPA Vila Cristina, divulgados pela imprensa. Mas a abordagem dos problemas apresentados carregava consigo muito de interesse político, mais do que um olhar crítico para a gestão, o que ampliava o desentendimento sobre como atuar para abrir a caixa preta que se tornaram as duas unidades de pronto-atendimento.
Com a Operação Duas Caras, que investiga um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a gestão na área da saúde, a força para desbaratar a conduta da Mahatma Gandhi em Piracicaba, que também atua em outros estados, aumenta, pois está amparada em denúncias ao Ministério Público, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Segundo o portal de notícias G1, há determinação judicial proibindo a rescisão dos contratos de gestão pela empresa durante o prazo de 30 dias, com o intuito de evitar tanto a interrupção abrupta dos serviços de saúde quanto reflexos negativos para os trabalhadores da organização social.
Ainda segundo o portal, foram expedidos mais de uma centena de mandados, entre eles 12 de prisão temporária e outros para afastamento da entidade, busca e apreensão e bloqueio de bens em Catanduva (SP), Arujá (SP), Carapicuíba (SP), Piracicaba, Viradouro (SP) e Bauru (SP), além de Rio de Janeiro (RJ), Maricá (RJ), Alfredo Chaves (ES), Palhoça (SC), Itapoá (SC), Mafra (SC) e São José (SC).
Trata-se, portanto, de uma ação de interesse das prefeituras envolvidas, que foram vítimas de processos licitatórios ganhos por uma empresa supostamente especializada no que faz e da forma com que faz, e para a sociedade, que estava refém de um esquema doentio e supostamente criminoso, que drenava recursos públicos sem oferecer a contrapartida necessária, que é um atendimento com qualidades à população.
Horrorrrrr....