Pergunto: O que aconteceu no Supremo por esses dias?
Algo que diminua o barulho no país? Ou é somente mais uma limpeza da memória nacional, como diria Ivan Lessa?
Bolsonaro condenado, como sonhava a esquerda. Mais de 27 anos de prisão. Está bom para você, ou acha pouco? Página virada? Uma parte, a menos dolorosa do barulho nacional, tende a ser contida com a decisão do STF. Ou não. Porque o barulho continua ensurdecedor.
Como bem disse Luiz Fux, o mensalão também teve a mesma finalidade da tentativa de golpe de estado idealizado pelo sargento Tainha, digo, Bolsonaro. Porque visava o controle dos poderes. Uma ditadura velada, claro. E acabou como acabou, como se não tivesse existido. De tempo em tempo, a memória nacional faz uma limpeza de hardware (by Ivan Lessa).
Duas versões ficaram claras no julgamento do Taínha, uma que vê a bala e não vê os furos, outra que vê os furos e fantasia sobre as balas. Ambas, ao meu entender, exageradas. Uma punição seria natural, mas com menos baixos e mais ‘autos’.
A vontade de se perpetuar no poder dessa gente extremista é muito intensa. Não gostam muito de alternância de poder. Por que será? Parece até que têm um plano tão longevo para arrumar esse país. Pelo bem da verdade, até hoje só ajudaram a desarrumar e levaram vantagem com isso. Levaram a parte deles em dinheiro, claro.
Lula quer mais quatro anos. Para quê? Poderia bem pensar em descansar e cuidar da Janja. Mas não, quer dormir no Palácio do Planalto, com o cafofo bancado pela população. É muito amor ao povo. Ou o povo é a Janja de Lula?
Aproveitando a deixa, volto ao repertório Salão de Humor. Quando do fim da presidência de José Sarney, os irmãos Caruso cantavam para a filha do ex-presidente no Dr. Losso Netto: “Vem, vem comigo, que vou fazer contigo o que o seu pai fez com o Brasil”. Terá uma musiquinha igual da Roseane para a Janja? Como o Salão anda terrivelmente politicamente correto e woke, é impossível pensar qualquer nível de perversidade, como esta que me passa pela cabeça. Não posso abalar a minha reputação.
Voltando à Lava Jato, a operação demonstrou em detalhes a natureza dos nossos líderes nacionais. O gosto dessa turma é por benesses, como está no livro de Raymundo Faoro, ‘Os donos do poder’. Quando alguma coisa muda, é só para agregar um sindicalista ou outro no banquete. Normalmente é um oportunista novo, capaz de operar algum esquema de rapina, de propina, enfim, que pode ser repassado com facilidade. Careca do INSS, Frei Chico, o famoso irmão de Lula. Gente boa dessa laia existe aos montes.
Pelo menos uma coisa boa aconteceu: o processo contra o Bolsonaro virou a página. Vamos ver agora o que para em pé dessa história toda. E a eleição de 2026 está logo aí. Bebel está assanhadíssima com seu ‘ídalo’, o presidente da República. Afinal, ele precisa de mais quatro anos de poder para poder, poder, poder. Ainda bem que são só mais quatro. A não ser que ele fique para a semente. Três toquinhos na madeira.