Piracicaba tem menor adesão à energia solar entre cidades de mesmo porte
Levantamento aponta Piracicaba com 3,8%, atrás de Presidente Prudente, São José do Rio Preto, Limeira e outras cidades
Foto: Guilherme Leite
A energia solar foi o principal tema discutido no 2º Encontro da Frente Parlamentar de Combate à Crise Climática, na manhã desta quarta-feira (11), na Câmara Municipal. O debate abordou o potencial estratégico da fonte renovável e seus benefícios econômicos, ambientais e sociais, além dos entraves que ainda dificultam sua adoção. A proposta é ampliar a sustentabilidade, aliviar a pressão sobre os recursos hídricos e colaborar com a mitigação das mudanças climáticas.
Atualmente, Piracicaba tem a taxa mais baixa entre as cidades paulistas de mesmo porte no uso de energia solar. O índice local, de 3,8%, é inferior aos de Americana (5,4%), Ribeirão Preto (6%), Limeira (7%), São José do Rio Preto (8%) e Presidente Prudente (12%). Os dados foram apresentados Maurício Carvalho, empreendedor do setor de energia solar e representante do GIESP (Grupo de Incentivo à Energia Solar de Piracicaba), com base em levantamento que cruzou informações do IBGE e da Aneel sobre geração solar e número de domicílios urbanos em cidades com população entre 300 mil e 450 mil habitantes.
Para Maurício, a energia solar representa uma escolha técnica e ambientalmente inteligente, sobretudo em um país com clima tropical como o Brasil. Ele ressaltou que a abundância de radiação solar torna essa fonte compatível com a realidade nacional, além de destacar o crescimento da sua participação na matriz elétrica brasileira e sua importância na transição para fontes limpas.
Sob o ponto de vista econômico, os ganhos também são expressivos. Segundo ele, o retorno do investimento em sistemas fotovoltaicos ocorre entre três e cinco anos. Antonio Carlos Schiavon, presidente do IPASP, afirmou que a autarquia elaborou um projeto para implantação de sistema fotovoltaico, com licitação finalizada e contrato assinado. No entanto, o projeto não foi executado. Caso estivesse em funcionamento, geraria uma economia mensal de cerca de 92%.
Na área ambiental, a contribuição da energia solar é clara: ela reduz a pegada de carbono e diminui a dependência de fontes como termelétricas e hidrelétricas. Maurício reforçou que essa transição alivia o uso intensivo de água na geração de energia e traz reflexos positivos na preservação de recursos hídricos. Ele também apontou que a implantação da tecnologia pode promover capacitação profissional, atrair empresas do setor e gerar estabilidade financeira a órgãos públicos.
Apesar das vantagens, os participantes alertaram para os desafios enfrentados no município. Um dos principais é a falta de regulamentação da Lei nº 10.235/2024 e do IPTU Verde. Silvia Morales, vereadora e coordenadora da Frente Parlamentar, e Maurício Carvalho criticaram a ausência de diálogo institucional para viabilizar os mecanismos legais.