Plano de paz para o tenebroso conflito
A parte que assusta na proposta é a impostura dos seus propositores, que simplesmente ignoram a inteligência alheia
Imagem: chatgpt
Quanto mais se analisa o Plano de Paz dos EUA para pôr fim à invasão russa na Ucrânia, menos se suspeita do desequilíbrio psíquico de Donald Trump.
O documento foi elaborado de tal forma que fica evidente a camaradagem do presidente americano com o ditador Vladimir Putin e salienta seu desprezo pela Ucrânia.
Até aí, parece algo compreensível, considerando-se a amizade entre ambos, conforme se divulga pela imprensa internacional, bem como o fato de ignorarem completamente a autonomia do país invadido. Nem se fale aqui de valores humanos e democráticos.
A parte que assusta na proposta é a impostura dos seus propositores, que simplesmente ignoram a inteligência alheia e apresentam a aberração como quem de fato contribui para a superação das trincheiras do tenebroso conflito.
No entanto, o assunto vem sendo tratado com seriedade porque todos os envolvidos diretamente na questão sabem que não é estratégico falar o que se deveria. E o que se deveria falar? Que Trump não está em seu juízo.
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, sabe que lida com um homem desequilibrado. Mas precisa das armas americanas no momento e não pode ampliar o desentendimento entre ele e o presidente dos EUA. Ter o apoio americano é vital para a Ucrânia.
Líderes da União Europeia também sabem o quanto os EUA pesam no jogo para segurar o ímpeto de Putin.
A representante da UE para Relações Exteriores e Política de Segurança, Kaja Kallas, se assustou com o Plano de Paz pelo fato de não haver nele nada que comprometa a Rússia. Todas as demandas recaem sobre a Ucrânia, a única que seria penalizada caso acate a proposta.
Ou seja, não há exigência alguma contra Putin no documento, como se ele estivesse com a razão ao invadir o país vizinho e tentar exterminar sua população. Como se fizessem sentido as suas demandas absurdas, apesar da sua atitude criminosa.
A patologia de Putin se assemelha à de Trump. O que salva Trump é sua falta de convicção. Ele faz as coisas com tanto desprezo que não acredita em sua obra. No mesmo momento em que fala com contundência que Zelensky tem tantos dias para aceitar o que está sendo proposto, afirma logo em seguida que não é bem assim.
Uma espécie de idiota ensaboado. O maior receio de se conviver com gente dessa natureza é ter que considerar o que ele não disse mais do que aquilo que ele disse. Trump é um líder que lidera pela sua absurda falta de liderança e convicção. Sua tibieza para tratar de assuntos importantes é estarrecedora. No cenário do conflito em questão, ele tem se apresentado como um fantasma manipulado por um impostor.




