Projeto de escola municipal sobre qualidade da água é finalista do 9º Prêmio Ação pela Água
Alunos do Jardim II da EM Maria Benedicta Pereira Penezzi desenvolveram iniciativas de conscientização ambiental no lago da escola, onde vive a tartaruga Tatá
A tartaruga Tatá, que deu nome ao projeto
Um lago e uma tartaruga chamada Tatá foram o ponto de partida para o projeto Tatá e crianças pequenas em: o mistério por trás do brilho do lago, desenvolvido pelos alunos do Jardim II da Escola Municipal Maria Benedicta Pereira Penezzi, no bairro Campestre. Finalista na categoria E da 9ª edição do Prêmio Ação pela Água, promovido pelo Consórcio PCJ, a iniciativa teve como foco principal a qualidade da água do lago da escola e mobilizou toda a turma de 25 crianças, sob a orientação da professora Pamela Caroline Pereira, em atividades de conscientização ambiental.
Inspirado pela curiosidade das crianças e pelo desejo de compreender a natureza ao redor da escola, o projeto teve início com uma proposta simples: durante uma atividade de relaxamento, com a proposta de ouvir os sons da natureza, os alunos começaram a observar o lago. A partir daí, os “detetives da natureza” iniciaram uma jornada de descobertas, pesquisas e experimentações sobre a qualidade da água e os impactos para a natureza e os animais, sempre guiados pela professora.
“Começamos com o trabalho pensando na sustentabilidade. Entender que a criança é um ser natureza e que precisa ser incorporada à natureza por meio do que a gente tem no nosso território. E no território da escola temos o lago, no qual, durante uma prática de relaxamento, as crianças começaram a observar alguns resíduos orgânicos, como folhas e pequenos galhos, e inorgânicos. A partir desse olhar, iniciamos nossos contextos investigativos sobre como melhorar a qualidade da água”, contou Pamela.
Maíra, Maria Eduarda e Lucas com o submarino peixe Clara
O projeto incluiu pesquisas guiadas e visitas externas ao Museu da Água, ao Parque do Mirante e ao Zoológico Municipal, onde as crianças puderam observar e refletir sobre a presença de resíduos e o impacto deles na água e na vida dos animais. “Quando retornamos ao território escolar, começamos a pensar no que poderíamos fazer para melhorar a qualidade do lago. Em grupos, as crianças criaram protótipos — navios, barcos e submarinos — até que uma delas reuniu todos os elementos e criou o submarino-peixe, que recebeu o nome de Clara, porque, para eles, ele deixaria a água clara. Também conversamos sobre o que são resíduos e fizemos atividades de conscientização”, explicou a professora.
O pequeno Lucas Torrezan Chiarinelli, um dos participantes do projeto, explicou a função do submarino-peixe Clara. “Ele vai ajudar o lago da Tatá. A ideia é que a água vai entrar no submarino — se estiver suja, acende vermelho; se estiver limpa, acende azul. E a água limpa serve para ajudar os peixes e a Tatá, para que fiquem felizes”, disse.
Já Maria Eduarda Martins de Toledo afirmou que “resíduos orgânicos são restinhos da natureza e resíduos inorgânicos são aqueles que a natureza não faz e não guarda. Então nós cuidamos do lago, um dia tiramos folhas e resíduos, em outro dia achamos palitos e coisas que não eram para a Tatá. Não podemos deixar que ela se machuque, porque ela é o nosso presente”.
Maíra Graça Franco de Souza também compartilhou sua experiência. “A gente ama muito a Tatá e os peixes. O resíduo a gente aprendeu que tem que jogar no lixo. E eu falei para a mamãe e para o papai o que era o submarino e tudo que fizemos na escola. Eu gostei de aprender a ver o lago da Tatá, porque a Tatá é muito fofinha”, completou.
O trabalho foi além: envolveu toda a escola, os pais e a comunidade, até conquistar um lugar entre os finalistas do prêmio Ação pela Água.
As crianças e o pequeno lago onde tudo começou
Para a diretora da escola, Fabiana da Silva Figueiredo de Oliveira, participar do prêmio é uma oportunidade de demonstrar que os projetos escolares têm um alcance muito maior. “Engajam as crianças, as famílias e a escola toda. Participar do prêmio é resultado desse trabalho e o mais bonito é justamente ver tudo isso que o projeto gerou, em especial a conscientização sobre a água e o meio ambiente. Penso que, se desejamos um futuro melhor, o segredo está justamente em plantar essa semente nas crianças”, disse, lembrando ainda que o projeto Tatá foi pensado em concordância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
O projeto Tatá e crianças pequenas em: o mistério por trás do brilho do lago também é um dos cinco finalistas da Rede Municipal de Educação no Prêmio Nacional Liga Steam 2025.
O PRÊMIO – Promovido pelo Consórcio PCJ desde o ano 2000, o Ação pela Água tem como objetivo reconhecer, estimular e dar visibilidade às ações desenvolvidas nas Bacias PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) por instituições públicas e privadas, no sentido de recuperar, conservar ou melhorar a disponibilidade e a qualidade dos recursos hídricos.
Além da EM Maria Benedicta Pereira Penezzi, a Prefeitura de Piracicaba tem outros dois projetos finalistas na premiação deste ano: o Projeto Preservando o Futuro, da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente; e o Projeto Bioensaio em Hydra attenuata, do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto). A cerimônia de premiação acontecerá dia 28/11, no Jardim Botânico Plantarum, em Nova Odessa.