Ratinho Júnior para presidente
Estamos no Brasil e aqui não basta ser talentoso, é preciso falar ‘a língua dos home’
Vejo com bons olhos a movimentação política de Ratinho Júnior, governador do Paraná, que mira a condição de concorrente à presidência da República. Pela minha observação, ele começa com boa energia ao se apresentar como um Jedi, do filme Guerra nas Estrelas. A manifestação guerreira e lúdica atrai os jovens, que ajudam a disseminar uma imagem atrativa nas redes sociais.
Curitiba, para mim, sempre foi uma cidade modelo, desde Jaime Lerner, nas décadas de 1980/90, e dizem que o atual governador recuperou esse status para a capital. Juro que não acompanhei nada do que fez Ratinho Jr. durante sua trajetória política até aqui. Mas conheci muito seu pai (Carlos Massa), com o programa policial mais louco que havia. Acho até que ele foi um dos precursores dos programas policiais na TV. O Programa do Ratinho chegou, inclusive, a disputar com a TV Globo em número de telespectadores, isso já nos anos 1990. Era um fenômeno. Divertidíssimo.
Como estudei em Londrina, tenho diversos amigos paranaenses, que falam muito bem do atual governador, eleito e reeleito. Dizem, inclusive, que ele é um homem sério, determinado e sabe o que faz. Claro que política no Brasil é coisa para especialistas. Não especialistas em gestão pública, mas em política mesmo. Fazer política é uma atividade que demanda perspicácia e muita habilidade para negociar com os donos do poder. Não sei se Ratinho Júnior chega a tanto. Mas vai que cola!
Evidente que há Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo ainda lidera como oposição a Lula. No entanto, ele tem ficado cada dia mais estranho, desde a prisão do seu paraninfo, Bolsonaro. Parece até que, de lá para cá, ele perdeu o ímpeto para a empreitada. Está muito subserviente ao preso Bolsonaro, postura que desagrada ao eleitorado do meio, nem direita, nem esquerda, que acaba decidindo a eleição de fato.
Não se pode esquecer Zema, em Minas Gerais, e Caiado, em Goiás. Mas se eu tivesse que apostar, depois do governador de São Paulo, iria até Ratinho Jr., sem tirar Caiado do retrovisor. Porque o governador do Paraná me parece um personagem descontraído e otimista, que trabalhou e venceu na vida, com sucesso na política. Seria de fato, como presidente, uma página nova para o país. No entanto, estamos no Brasil e aqui não basta ser talentoso, é preciso falar ‘a língua dos home’.