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Rede de alta velocidade financiada pela FAPESP transmitirá dados do observatório astronômico Vera Rubin

Rede de alta velocidade financiada pela FAPESP transmitirá dados do observatório astronômico Vera Rubin

Com seu telescópio de 8,4 metros, instalado no Chile, o equipamento vai fotografar um campo do céu a cada três ou quatro minutos. E a Rednesp transmitirá, em sete segundos, a informação coletada

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jun 23, 2025
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Rede de alta velocidade financiada pela FAPESP transmitirá dados do observatório astronômico Vera Rubin
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O Observatório Vera Rubin divulgará hoje (23/6) suas primeiras imagens. Instalado em Cerro Pachón, a 2.682 metros de altitude, nos Andes chilenos, sob o céu mais limpo que se pode observar a partir da Terra, o observatório será, nos próximos dez ou 15 anos, o principal recurso disponível para a investigação ampla e ultrarrápida do Universo na banda da luz visível.

Com um espelho coletor primário de 8,4 metros de diâmetro, dotado de uma configuração inovadora que possibilita um campo de visão equivalente a cerca de 45 luas cheias, acoplado à maior câmera digital já construída para a astronomia, o Vera Rubin vai fotografar, a cada três ou quatro minutos, um novo campo de visão, e observar, a cada noite de operação, mais de 800 campos distintos, produzindo diariamente 20 terabytes de dados e gerando até 10 milhões de alertas sobre mudanças no céu noturno, que informarão às redes de telescópios parceiras a ocorrência de eventos como explosões de supernovas e outros.

O céu inteiro visível no hemisfério Sul será revisitado a cada três ou quatro noites. E, ao final de uma década de operação, o observatório terá produzido 60 petabytes de dados de imagens brutas. Estima-se que serão detectados mais de 20 bilhões de galáxias e 17 bilhões de estrelas, compondo o maior e mais dinâmico catálogo astronômico já produzido.

Os dados coletados no Chile serão transmitidos por uma rede de fibra óptica de alta velocidade para centros de processamento nos Estados Unidos. E o sistema de alertas será capaz de notificar variações no céu em menos de 60 segundos. É nessa grande velocidade e precisão na transmissão dos dados que entra a Rednesp (Research and Education Network at São Paulo), implantada e mantida pela FAPESP, e responsável pela conexão por fibra óptica de dezenas de instituições de ensino e pesquisa do Estado de São Paulo.

“Para que esse objetivo possa ser cumprido, as imagens pesadas obtidas no Chile precisam chegar aos Estados Unidos em sete segundos. Isso exige uma infraestrutura de rede de altíssima velocidade e baixa latência. Um atraso de 0,2 segundo no trajeto ou uma perda de pacotes de 0,001% podem comprometer significativamente a operação. A Rednesp, sucessora da antiga Rede ANSP, possui a capacidade de transmitir até 400 gigabits por segundo [Gbps]”, informa Ney Lemke, atual coordenador da Rednesp.

Para efeito de comparação, as melhores redes disponíveis para internet residencial dificilmente ultrapassam uma velocidade de transmissão de 1 Gbps. E mesmo a internet empresarial premium, utilizada por grandes corporações, não vai além de 10 Gbps. A Rednesp pode ser até 40 vezes mais rápida. Em conexão com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) no Brasil e com redes internacionais nas duas pontas do processo, a Rednesp é responsável por recolher os dados no Chile e entregar nos Estados Unidos.

“Isso requer uma rede extremamente confiável, com alta resiliência, capaz de resistir a perturbações tectônicas ou climáticas, e transmitir uma grande quantidade de dados, a cada três a quatro minutos, todas as noites, durante dez anos. E a transmissão tem de ser extremamente segura. Por isso, os dados são criptografados duas vezes, primeiro por hardware e depois por software, na saída, e descriptografados duas vezes, primeiro por software e depois por hardware, na chegada”, sublinha Lemke.

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