Sapucaia passa por exames complementares e poda de raleamento
Após análises por especialistas, foi constatado que a árvore está saudável, mas ainda necessita de novos tratamentos
Poda de raleamento consiste na remoção seletiva de galhos de pequeno diâmetro
A Secretaria Municipal de Obras segue monitorando e realizando novos procedimentos técnicos na Sapucaia, que sofreu uma rachadura em um de seus galhos. As ações incluíram novos exames e manejos, como parte do acompanhamento contínuo da árvore, que é tombada como patrimônio histórico e reconhecida como árvore-símbolo do município.
Hoje (19), foi executada poda de raleamento, que consiste na remoção seletiva de galhos de pequeno diâmetro, com o objetivo de favorecer a circulação do vento pela copa e reduzir o peso estrutural da árvore. Esse tipo de manejo diminui esforços mecânicos sobre os galhos, especialmente em períodos de ventos fortes e chuvas intensas.
Ontem (18), além da remoção do galho que havia caído, foi realizado exame de penetrografia nos galhos da Sapucaia. De acordo com a Engemaia, terceirizada responsável, o resultado indicou que a madeira dos galhos avaliados apresenta boas condições estruturais, sem comprometimentos internos relevantes. O exame complementa a tomografia realizada também ontem, que apontou que a base do colo e a estrutura principal da Sapucaia permanecem saudáveis, com resultados muito semelhantes aos obtidos no exame realizado em 2023. Sendo assim, a Sapucaia está saudável.
Durante a vistoria, também foi realizada a limpeza das junções dos galhos, com a retirada de material em decomposição, como galhos secos e folhas acumuladas. Esse material, especialmente após chuvas, favorece a retenção de umidade nas junções e pode acelerar processos de decomposição superficial, motivo pelo qual sua remoção é considerada uma medida preventiva importante.
Porém, as análises técnicas indicaram que o rompimento do galho ocorreu devido ao vento, que torceu um grande galho que apresentava casca inclusa, e presença de fungos decompositores restritos à casca inclusa, associados ao acúmulo de material orgânico e à umidade proveniente das chuvas. Não foi identificada contaminação fúngica ativa na estrutura principal da árvore.
Está previsto ainda o tratamento com produtos fitossanitários, como forma de prevenção contra ataques de outros organismos xilófagos, como cupins, brocas e formigas carpinteiras. Além disso, serão continuadas outras ações de manejo já recomendadas, como fertilização e tratamento das lesões e reforço estrutural com a instalação de cabos dinâmicos na copa, para evitar a queda de outros galhos na mesma condição em caso de eventos atípicos com ventos fortes e chuvas intensas.
Por se tratar de um bem tombado, todas as intervenções contam com autorização formal do Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba) e seguem critérios técnicos e legais rigorosos.
A sapucaia de 107 anos apresenta sinais normais de envelhecimento interno (degradação cardíaca central assimétrica na emissão das ramificações e no colo, mas conserva excelente integridade estrutural periférica e margem de segurança elevada. Com manejo conservador mínimo (poda leve periódica, melhoria do sítio e monitoramento), a árvore pode permanecer segura e contribuir ecologicamente por décadas.
PATRIMÔNIO – A Sapucaia, que completou seu centenário em 2018, é árvore-símbolo de Piracicaba e foi tombada como Patrimônio Histórico e Cultural em 12 de novembro de 2004, por meio do Decreto nº 10.935. Em 2009 foi tornada imune ao corte pelo decreto 13.354.
Foi plantada em 1918, como forma de celebração pelo fim da Primeira Guerra Mundial, por Antonio Caprânico; ele próprio trouxe de sua fazenda várias mudas de sapucaia e veio plantando pelo caminho, até chegar a Piracicaba. De todas, só a da avenida Independência com a rua Moraes Barros, local onde havia um bosque, acima da casa da família, resistiu. O bosque, depois, deu lugar ao Estádio Barão da Serra Negra.



