Saúde volta a gerir os serviços da pasta com a plataforma Olostech, trocada durante a gestão atual
Com o sistema SISS a situação só piorou e o governo foi obrigado a abrir nova concorrência
O sistema de informática usado pela Secretaria de Saúde para a gestão dos serviços desenvolvidos pela pasta sempre foi um problema grave e dispendioso. A dificuldade de customizar o sistema para cada setor, a precariedade no cadastramento dos pacientes e a sobreposição de dados que geram incorreções, a dificuldade para gerar protocolos e encaminhamentos, a limitação ao se gerar dados estatísticos, e, acima de tudo, abastecer o Ministério de Saúde com informações dos atendimentos SUS na cidade para garantir os repasses de recursos ao município. Enfim, são tantos os bugs das plataformas que sempre desafiaram os coordenadores na missão de gerir a realidade a partir da plataforma.
O sistema Olostech, de qualquer forma, foi o software usado durante as gestões de Barjas Negri (PSDB), desde 2005. Com a chegada de Luciano Almeida ao governo, a plataforma foi trocada e entrou em operação o Sistema Inteligente de Serviços da Saúde (SISS). Com o tempo, percebeu-se que o SISS também era ruim, ainda menos eficaz do que o Olostech, o que obrigou o governo a tomar medidas radicais, como afirma a própria assessoria da prefeitura.
“A Secretaria de Saúde informa que a empresa atual (SISS) foi a vencedora da licitação, porém, após as notificações formais, não atendeu o solicitado até o momento e como o contrato vence em janeiro/25, ainda que seja apenada pela legislação de licitações, não é possível admitir a possibilidade de ausência de sistema de atendimento de saúde à população.
“Sendo assim, a Pasta – previamente e juridicamente subsidiada – garantiu a assistência técnica através do software anterior, para evitar danos aos atendimentos a população inerentes aos serviços de saúde, bem como resguardar o envio de informações essenciais ao Ministério da Saúde dos serviços prestados à população.”
Sendo assim, a gestão da Saúde volta a ser com o uso do sistema elaborado pela empresa Olostech. A plataforma, apesar de suas limitações, é tida como mais eficaz que o SISS, operado nos últimos quatro anos. Pelo contrato assinado pela prefeitura, o valor anual será de R$ 2.417.059,20, a partir de janeiro de 2025. O que a prefeitura não explica é o grau de comprometimento da qualidade de gestão com softwares tão limitados. Luciano Almeida (PP) disse, em seu balanço de governo, na noite de quarta-feira (4), que muito do que se produzia em Piracicaba em termos de serviços não era devidamente lançado ao Ministério da Saúde. Por isso, os repasses federais para o SUS acabavam, de alguma forma, sendo comprometidos, com a redução de valores. Uma parte desse nó está relacionado à limitação do software. Porque o MS precisa da comprovação do serviço prestado para fazer o repasse. Ele paga pelo serviço realizado. Se o serviço não é comprovado, perdem-se recursos financeiros.