Semae em polvorosa
Problema de abastecimento aciona alarme interno antes da transição de governo
Gestão temerosa
O Semae sempre foi criticado pela sua gestão temerosa e esse assunto deve estar no radar do governo que assume em 2025. Por mais que se tente passar a informação positiva, de que a autarquia sempre esteve na vanguarda do sistema de abastecimento de água e tratamento de esgoto, a realidade desmente facilmente essa tese. Nem se fale aqui das tubulações antigas e podres no centro da cidade. As informações são de que técnicos correm para cá e para lá para minimizar o caos, em plena transição Luciano Almeida/Helinho Zanatta.
Antiambientalismo
O atraso absurdo na ampliação do sistema de tratamento de lodo na Estação Capim Fino é um exemplo de antiambientalismo. Desperdiçou-se muito dinheiro público para um projeto que está há anos, se não há décadas, para funcionar de forma correta e até hoje opera apenas parcialmente.
Easy, de quem é?
A condenação da empresa Easy Bank, que devia instalar terminais para cobrança da conta de água e não o fez conforme contrato (isso é coisa que começa em 1999), estaria levando à perda de mais de R$ 5 milhões da autarquia, segundo processo em andamento e julgado em primeira instância, que determina, por sinal, a restituição, por parte da Easy e seus responsáveis, do recurso aos cofres públicos. Um exemplo de má gestão e envolvimentos escusos.
PPP
Coisas velhas e estranhíssimas à boa administração pública, que comprometem a imagem idealizada de uma autarquia que passou da condição de primo rico a primo pobre. Uma instituição que tem maculado, inclusive, o conceito de PPP, ao estabelecer com a Mirante uma parceria que só beneficia um lado. É preciso abrir de vez essa caixa preta.
PPP2
Para não deixar esse detalhe de lado, parece haver uma discussão entre o Semae e a Mirante para saber de quem é a responsabilidade para a troca da tubulação na rede de esgoto, que é de responsabilidade da Mirante. Se o esgoto é da Mirante, a troca de tubulação também deveria ser? Em que nível está essa discussão? O fato é que a rede de esgoto também está em colapso e essa informação, que está no ar, confirma mais um abacaxi. Pois não se sabe ainda quais são exatamente as responsabilidades da terceirizada. Pode?
ETA
Agora vive-se o drama da ETA Luiz de Queiroz. Apesar de ela não corresponder a mais de 10% da água tratada para abastecer a rede da cidade (25%, segundo o Semae), o fato de não ter no local um sistema de tratamento do lodo gerado no processo está colocando-a em uma situação insustentável. Antes, como o próprio presidente da autarquia havia falado, o lodo era despejado direto no rio Piracicaba, causando grave dano ambiental. O mesmo se fazia (ou se faz?) na ERA Capim Fino. Agora, como o acordo feito junto ao Ministério Público (MP), o lodo está sendo colocado em um local externo, nas proximidades, para posterior descarte correto. Só que a exigência era que se construísse a Estação de Tratamento de Lodo (ETL) na ETA Luiz de Queiroz, o que ainda está longe de se tornar realidade, por problema na elaboração do projeto. O significa mais desperdício de dinheiro público com altos investimentos. Ou seja, se as informações que chegam à Viletim estiverem certas, o que é difícil de checar, por falta de transparência na autarquia, o cenário parece mesmo muito complicado.
Ela voltou
Em um passe de mágica, a água voltou na região do São Jorge. Foi só o Viletim afirmar que a situação pública beirava estado de calamidade pública, uma vez que a população estava há quase uma semana com a torneira seca. A matéria também despertou muitas outras pessoas, que disseram viver momentos difíceis em seus respectivos bairros por falta de água. Mas o drama parece estar só começando. Se não for feito urgente um plano de novos reservatórios regionais, o crescimento desordenado da cidade pode colocar mais pressão no sistema. O que se vê são prédios e mais prédios saindo da planta, com autorização para a obra, sem estudo de impacto no abastecimento de água e esgoto. Novos colapsos à vista.