Semae em situação de caos; famílias sem água há quase uma semana na região do São Jorge
Na Nova Suíça, já é o sexto dia de torneira seca; quem tem caixa d’água grande está resistindo, mas não é o caso da maioria
O tema falta de água em Piracicaba pegou pesado na campanha para prefeito, colocando Barjas Negri na defensiva. Soou, para o eleitorado, como se ele tentasse minimizar um problema grave, que atinge toda a cidade, uns bairros mais, outros, menos. Helinho Zanatta, por sua vez, soube explorar a questão, escancarando a realidade.
Na região do São Jorge, mais especificamente no bairro Santo Antonio, por exemplo, falta água há cinco dias. Na Nova Suíça, já é o sexto dia de torneira seca. Quem tem caixa d’água grande está resistindo, mas não é o caso da maioria, com caixa d’água de 250 a 500 litros. Quem não tem reservatório, então, vive um drama intenso. Hoje o cenário é como o desta foto, de uma casa com nove pessoas, a maioria crianças.
“Resistimos até na segunda-feira (18), quando o nosso reservatório secou. Agora estamos passando apuro, porque até para tomar banho temos que comprar água no supermercado”, disse um dos moradores do Santo Antonio. Segundo ele, já tem gente surtando no bairro com a situação, porque, além de tudo, não tem dinheiro para comprar água. “Hoje é feriado, era para ser um dia silencioso, mas tem gente gritando no meio da rua, pedindo providências da prefeitura”.
O problema mais grave é que não adianta ligar para o Semae, porque ninguém lá toma providência alguma. “Pedem apenas para economizarmos água. Mas não é questão de economizar. Como economizar o que não existe há 5, 6 dias?”, contesta. “Se o Semae não resolve, quem resolveria? Tem como acionar o Ministério Público?”, questiona o morador.
No bairro Vila Monteiro, o fornecimento de água é interrompido no final do dia e só volta a funcionar no dia seguinte. Quando volta, de manhã, só entra vento no cano e o hidrômetro gira feito doido. Tem família pagando o dobro, até o triplo pela conta da autarquia por causa disso. Mas o Semae ignora qualquer reclamação desse gênero. Os técnicos alegam haver vazamento na casa e que o morador precisa corrigir o problema, mesmo não havendo problema algum. Uma calamidade pública e sem qualquer direção administrativa no sentido de resolver problemas reais da população.