Semtre precisa de um secretário que trabalhe
O mais cotado no momento para assumir a pasta é o sindicalista José Luiz Ribeiro (Solidariedade)
Tem sido aventada a possibilidade de José Luiz Ribeiro (Solidariedade) assumir o posto de secretário de Trabalho e Renda (Semtre), na gestão Helinho Zanatta (PSD), o que, tudo indica, deve se concretizar. Ele já ocupou a mesma pasta durante o governo Luciano Almeida e só foi substituído para concorrer a uma vaga no legislativo local.
Um sindicalista ocupar uma pasta cuja função central é gerar empregos na cidade não deveria mais ser motivo de discussões ideológicas, como se fosse algo contraditório, opinião esta que tem rolado nos bastidores políticos, alegando-se que somente empresários entendem do assunto, o que não é uma questão fechada.
Esse tipo de leitura engessada só atrasa o diálogo, que precisa caminhar no sentido da qualificação que agregue valor aos profissionais que estão o mercado e ainda fora dele, possibilitando saltos de remuneração e melhor qualidade de vida. Assim, atrair para a cidade empresas que também precisem de profissionais qualificados. O movimento de mão dupla é a lógica do desenvolvimento socieconômico.
Gerar emprego, por si só, é sinal, sim, de dinamismo econômico, mas quando as vagas disponíveis são, em sua esmagadora maioria, para funções pouco qualificadas, isso significa remuneração baixa e empobrecimento geral. Uma lógica terceiro mundista.
Enquanto a discussão global é a melhoria da qualidade de vida das pessoas, tergiversa-se sobre o caminho para o avanço. Isso exige profissionalismo para se obter maior eficiência produtiva, em empresas com maior valor agregado e ambientalmente sustentáveis. A equação, apesar dos clichês, não é fácil de se equilibrar, sem uma política pública nesse sentido.
O trabalho da Semtre, portanto, precisa ser conceitual, estrutural, prático e objetivo, sob a liderança de alguém com visão, seja esse alguém um empresário ou um sindicalista. Vale observar que a Semtre tem sido liderada por sindicalista na maior parte do período de sua existência, seja por sindicalistas do setor patronal, seja do setor da mão de obra.
José Luiz Ribeiro é um homem experiente, que não carrega mais o ranço ideológico que polariza patrão e empregado. Aprendeu na política a conciliar esses dois polos com desenvoltura, como deve ser em uma sociedade com perspectivas de melhora. O que não pode é achar que suas credenciais por si só bastam. Somente trabalho gera trabalho e profissionais qualificados geram renda melhores para se viver acima do padrão da mera sobrevivência. A Semtre pode ser uma ponte de integração para este salto.