Terceira audiência encerra debates públicos sobre Boulevard Boyes
O momento é de aguardar as decisões dos órgãos deliberativos para que o projeto possa sair do papel
Foto: TV Metropolitana
A audiência pública realizada ontem (20) no teatro Erotides de Campos, Engenho Central, sobre o projeto Boulevard Boyes, empreendimento a ser construído na área onde ficam os barracões da Boyes, foi a terceira de uma série.
A primeira, presidida pelas vereadoras Rai de Almeida (PT) e Sílvia Morales (PV), aconteceu na Câmara Municipal de Piracicaba.
A segunda, foi convocada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), e teve a deputada professora Bebel (PT) no comando da atividade.
Este último encontro foi presidido pelo Conselho de Defesa do Patrimônio do Estado de São Paulo (Condephaat) e, tudo indica, deve encerrar a fase de exposições e debates públicos sobre o tema.
O projeto, portanto, tem sido exaustivamente discutido. Tanto é que no engenho não houve nada de novo em relação aos encontros anteriores, além do acirramento de ânimo das torcidas.
O projeto precisa agora de uma sequência de aprovações, sendo que o próprio Condephaat dará seu veredito sobre o empreendimento nas próximas reuniões.
A prefeitura também precisa dar um 'de acordo' em relação aos documentos que tramitam nas secretarias envolvidas.
Somente após estas duas aprovações, o Boulevard Boyes estará apto para sair do papel.
Encontro acalorado
A audiência pública realizada na tarde de ontem foi marcada por muita emoção e acusações por parte do pessoal que é radicalmente contra o empreendimento.
De acordo com os arquitetos que desenvolveram o projeto, foram acusações sem base legal, porque “o projeto atende rigorosamente a todas as legislações a que está submetido”.
“Há dificuldade, por parte de quem não concorda com o empreendimento, de aceitar que um projeto tão arrojado como este possa estar estritamente dentro dos parâmetros exigidos pelos órgãos de fiscalização”, enfatizam.
Além disso, ainda segundo eles, há também um material consistente apresentado por profissionais que respondem legalmente por suas posições em relação ao projeto, seja sobre o patrimônio em si, meio ambiente, impacto no trânsito da região, impacto de vizinhança, etc.
A principal acusação é de que o projeto vai destruir o rio Piracicaba. “Com um mínimo de lógica e análise técnica, como isto poderia ocorrer? O esgoto será 100% tratado e usa uma rede de esgoto que não se comunica com o rio; a sombra das torres que serão construídas se sobrepõe à massa arbórea existente, portanto não altera em nada o ecossistema; a água usada virá do sistema de abastecimento canalizado, e assim sucessivamente”, explicam.
“São discursos e acusações sem fundamento técnico, apenas emocional, induzidos por interesses políticos de uma minoria que manipula pessoas com sensibilidade ao tema, mas o distorcendo”, enfatizam os representantes do projeto que estiveram nas audiências.
Quando eles afirmam sobre interesses políticos, estão de olho nas ações da deputada Professora Bebel (PT), que aproveita o movimento para fortalecer seu nome e influenciar pessoas com propósitos eleitorais.
“O momento, portanto, é de aguardar pelas decisões dos órgãos competentes e estar seguro de que o empreendimento foi pensado para trazer uma dinâmica nova ao local, gerar empregos e renda, sem causar dano de qualquer natureza ao patrimônio paisagístico da região e ao meio ambiente, sempre tendo em mente a melhor tecnologia para o desenvolvimento arquitetônico de Piracicaba”, concluem os proponentes do projeto Boulevard Boyes.