Terra de marmotas
Apenas nomes fracos aparecem no horizonte de uma sociedade desacreditada
Imagem ChatGPT
Não é fácil compreender como o Brasil se tornou refém de duas forças políticas que simplesmente atravancam seu desenvolvimento. A primeira, representada por Lula. A segunda, por Bolsonaro.
Não faz tempo, e o PSDB era o partido que se contrapunha com vantagem ao PT, devido à desenvoltura de Fernando Henrique Cardoso. Mas depois que Lula conseguiu emplacar sua retórica de bom menino, o tucanato minguou a ponto de perder aceleradamente espaço na corrida presidencial.
A Lava-Jato não maculou apenas o petismo como também colocou na berlinda aquele que se posicionava como sucessor de FHC, Aécio Neves. O PT, por sua vez, com ajuda do STF, conseguiu voltar à tona. Já o PSDB foi menos habilidoso em sua pantomima. Corrupção, corrupção.
Um homem do baixo clero, sem grandes atrativos intelectuais, de modos rústicos, emergiu da cena com um discurso grosseiro e sem qualquer nuance qualificada. Mas atraiu um público que passou a ser classificado de direita conservadora pela imprensa rasa.
Por falta de qualquer outra possibilidade, Bolsonaro foi eleito e fez um governo truculento, carregado de sentimentos azedos e doentios. A classe média (os isentões) se assustou com o que viu e colocou Lula de volta.
Toda essa história de golpe de estado, supostamente planejado pelo bolsonarismo, roubou a conversa, mesmo com um roteiro ordinário e sem vida. Reflexo de um país sem cultura e pobre. Bolsonaro foi para a reclusão, condenado a 27 anos. E o Brasil insiste ou é refém de um lulismo vetusto e sem concorrente, por enquanto.
Assim, o país se arrasta na inação e se reduz a conflitos parvos entre lideranças sem brilho,, sem atrativos. Entre direita e esquerda extremadas, a vida dos políticos ideológicos ficou fácil. Quem não está em uma ponta está na outra e boa. Os extremos se anulam.
Haveria esperança com uma possível abertura de perspectiva no cenário, para além das ideias predominantes nesse movimento, que tragam algum mote novo para o jogo de poder. Mas está difícil ver algum nome que represente um ambiente de debate menos refém de antagonismos manipulados.
Um Lula mais do que envelhecido, com entendimento retrogrado da realidade política, ainda mostra força. Por incrível que pareça, um Bolsonaro, mesmo preso, se faz influente nas escolhas de potenciais sucessores. No entanto, apenas nomes sem expressão aparecem no horizonte de uma sociedade desacreditada. Nomes que precisam comer feijão. Algo estimulante precisa acontecer para escaparmos desta terra de marmotas. O tempo urge.