Trump dança o balé de Putin
Sem condições de se defenderem de Putin com as próprias forças, os europeus temem a vaguidão da lógica do presidente dos EUA
Chatgpt
“Não vou dizer o que eu penso para que vocês não pensem que eu penso diferente de vocês”. Esta é a mensagem de Donald Trump aos líderes europeus, em reunião ao lado de Zelensky, na Casa Branca.
Sem condições de se defenderem de Putin com as próprias forças, os europeus temem a vaguidão da lógica do presidente Trump em um momento crucial. O desejo é calar Putin no campo de batalha. Mas, sem os EUA, a ideia parece temerosa.
Trump, evidentemente, gostaria que os europeus deixassem os EUA fora desse imbróglio. No entanto, sem uma indústria bélica suficiente, os EUA ainda é a peça-chave na equação do ocidente para enfrentar Putin.
Pelo menos uma coisa é certa. Até segunda ordem, Trump está deixando a entender que não entrará na guerra da Rússia contra a Ucrânia. Apenas fala em garantia de segurança ao país agredido, sem esclarecer exatamente o que isso significa. Tudo indica que garantirá o fornecimento de armas, apenas. Ou não.
O fato é que Trump continua titubeante diante de um Putin inflexível. O presidente dos EUA quer ser um mediador para a paz, mas da forma como conduz as conversas, não vai sair do lugar, e assim seguirá enrolando.
Putin é um mestre no blefe e sabe como ninguém dizer coisas que não significam nada. Inverte a lógica do conflito e faz com que Trump se perca. Falta a Trump noção de realidade. Ele gostaria que isso tudo se resolvesse como em um negócio. Mas sua lógica de comerciante não emplacou. Trump dança o balé de Putin.
Moral da história, enquanto os líderes europeus não tiverem bala na agulha para enfrentar Putin, com armas adequadas, também vão fazer o jogo de Trump, ou seja, vão se cansar no discurso de que estão ao lado da Ucrânia, mas sem tomar decisões objetivas que demonstrem seus sentimentos.
Enquanto isso, Putin continuará atacando, destruindo e matando ucranianos, sem que isso represente necessariamente conquista de território. Ele acredita que com o tempo obterá o êxito que não alcançou até agora e parece não ter pressa. A lógica pode mudar somente se a sua economia, ou melhor, a economia russa, entrar em colapso.
Trump deveria ao menos apertar o torniquete via sanções contra a Rússia. Mas parece receoso de ofender seu amigo Putin. Vive-se no conflito Rússia/Ucrânia um momento de fraqueza europeia e americana, em que a moral é a covardia e as relações escusas entre potências. Enquanto isso, a Ucrânia resiste bravamente. Mas até quando?