Trump tenta mais uma ideia errada
Ele chega com mais um discurso emblemático, de ‘uma certa troca de territórios’, que deveria ser esperada para que houvesse um acordo de paz
Sempre que Trump cria nova dificuldade para as negociações de paz entre Ucrânia e Rússia é sinal de que seus objetivos ao tentar intermediar para o fim do conflito fracassaram. Não é a primeira vez.
Ele sabe que o agressor se chama Vladimir Putin, ditador russo, e o país agredido é a Ucrânia, presidido pelo democrata Volodymyr Zelensky. A guerra acontece porque a Ucrânia apenas se defende das agressões vindas do país vizinho, e não o contrário.
Agora, Trump chega com mais um discurso emblemático, de ‘uma certa troca de territórios’, que deveria ser esperada para que houvesse um acordo de paz.
"Estamos falando de territórios pelos quais batalhas ferozes foram travadas por três anos e meio, tirando a vida de muitos ucranianos e russos. Agora, eles planejam devolver parte dessas terras e realizar uma troca mútua. O processo é complicado e difícil, mas vamos devolver parte dos territórios, realizar alguns intercâmbios, e isso beneficiará os dois lados", afirmou Trump.
Mas dificilmente a Ucrânia renunciará dos seus territórios invadidos, inclusive da Crimeia, invadia em 2014 pelos russos. Com isso, novamente Trump vai falar que a intransigência está do lado ucraniano e não russo. O mínimo seria dizer que, para o fim da guerra, basta a Rússia parar de bombardear o território ucraniano, apenas isso. E enfrentar o verdadeiro criminoso.
A invasão de Kursk pelos soldados ucranianos foi apenas uma estratégia para ter mais força e poder trabalhar alguns recursos de guerra em território inimigo. Não há o mínimo interesse em permanecer por lá. Mas que a área invadida se torna moeda de troca, não há dúvida. Seria apenas uma moeda de troca para obter de volta a Crimeia, por exemplo, sem doar qualquer outra parte do seu país. O que dificilmente ocorrerá.
Trump, no fundo, sabe que ele não tem controle algum sobre Putin e que o assassino russo não vai parar com o seu objetivo, que é ter a Ucrânia sob seu controle, e pronto. Ele é um louco. Zelensky, por outro lado, está condenado a defender o seu país e precisa do apoio de Trump para obtenção de armas fundamentais. Sendo assim, haverá pela frente mais rodadas de diálogos improdutivos, em que Zelensky, para evitar rupturas com os EUA, vai tentar contornar a situação sem entrar no mérito da proposta americana. Difícil prever o quando isso vai desagradar ao cabeçudo Trump. Qualquer decisão de Zelensky contrária a isso será uma surpresa para o ocidente democrático.
Por outro lado, Putin ri da sua habilidade para enredar Trump em conversas ‘amigáveis’. Eles devem ter compromisso antigos entre si. Mas o fato é que o manual de vendas de Trump não está funcionando para conter os crimes de Putin na Ucrânia. Já passa da hora de Trump assumir de fato seu compromisso, que é peitar Putin. Se isso não ocorrer, a conversa de vai e vem vai continuar. Dizem que Trump é persistente, inclusive na burrice. E Putin é um assassino espontâneo. Mata com a maior frieza.