Um homem que levou a vida como quis
Com um pouco de atraso, Viletim divulga a morte do artista Zé Risonho. Emprestamos também este belo texto e foto de Renan Costa de Negri
Faleceu no fim da tarde da última quarta-feira (11), Paulino Fernandes da Silva, popularmente conhecido como Zé Risonho, um homem que viveu e respirou arte por toda sua vida.
Foi Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, quem lhe batizou Zé Risonho em encontros pela cidade de São Paulo. Com sua sanfona agradou festas e shows em diversos municípios do país e deixou sua marca nos corações de muitos casais que se encontraram durante as apresentações. No campo da música, também marcou a história com programas de rádio e merece destaque a gravação de um compacto com quatro músicas em 1975, ao lado de sua irmã Maria Fulô.
Homem de grande talento artístico, participou de filmes consagrados como O Homem Que Virou Suco e O Capanga, além de obras do cineasta e morador do bairro Santa Rosa, Cidão, tal como o longa O Fotógrafo Azarado. Marcou também presença no circo, com apresentações musicais e no papel de palhaço.
Piracicabano de coração, o artista escolheu a cidade que lhe acolheu com os braços abertos. Nos últimos anos, teve seu reconhecimento por bandas da cidade que o convidaram para tocar e cantar com as bandas Malucos do Espaço e Cambalache. O palco da praça central da cidade de Mombuca teve o privilégio de receber, em 16 de março deste ano, sua última apresentação, quando cantou Raul Seixas e Luiz Gonzaga para um público que vibrou a cada fala do artista.
As memórias do artista foram resgatadas pela gravação da obra Entre Risos e Memórias: a vida de Zé Risonho em documentário, que está em processo de finalização e conta com financiamento pela Lei de Incentivo à Cultura Paulo Gustavo, obtido pela cidade de Charqueada, onde o músico residiu nos últimos anos com a filha e o genro. Com a verba, será lançado também o documentário Zé Risonho - um retrato da cultura brasileira, gravado por Chico Galvão. Neste momento, Zé Risonho deve estar sorrindo junto aos seus grandes ídolos.
O velório ocorre na quinta-feira (12), no cemitério da Saudade, com sepultamento no Parque da Ressurreição.