Um píer para rio seco
Segundo Márcio Marino, secretário de Obras de Piracicaba, o equipamento será interditado sempre que o rio subir muito
DA SÉRIE RETROSPECTIVA 2024
O jornalismo não deve ser um exercício de humor, embora haja, de vez em quando, motivos de sobra para gargalhar.
Márcio Marino, secretário de Obras de Piracicaba, veio a público, via instagram, para explicar o que aconteceu com o píer, da Rua do Porto, para ele ser interditado.
Primeiro o técnico diz que se trata de uma questão de segurança pública e que isso vai se repetir sempre que o rio estiver muito cheio (em estado emergencial).
Logo em seguida, ele assume que a plataforma do píer estava inclinada e que está sendo estudada uma nova dobradiça, um pouco maior, para evitar que isso aconteça sempre que o rio subir.
Ou seja, ele assume que o píer está com problema estrutural. Mas tenta evitar a relação entre o fato de o píer estar interditado devido ao problema em sua estrutura, só observado devido à cheia do rio.
Em síntese, o frango não morreu porque a bala da espingarda lhe atravessou o pescoço, mas porque seu pescoço da ave é muito estreito para resistir a uma bala de espingarda. Entendeu.
Não existe causa e efeito direto, mas sim, há uma variável que somente a imprensa, maldosinha, não compreende. Então vamos entender o seguinte:
O píer não presta para nada na época de cheia e deve ser inviabilizado. Além de tudo, é escorregadio, e o seu sistema de flutuação, não passa de um exercício de criatividade desenvolvido para torná-lo mais caro ao erário. É um píer para rio seco.
Mesmo assim, a dobradiça vai ser trocada, para ele flutuar e a população (turística) poder observar sua beleza, com a faixa de interdição. E quando o rio secar, pode ficar tranquilo, que o píer poderá ser usado com toda segurança.
Se o leitor não gostou da explicação, terá que acreditar no secretário de Obras. Afinal, no Viletim só trabalham pessoas com profundo senso de humor e que adoram uma boa gargalhada.