A derrota vergonhosa de Luciano Almeida (PP) na eleição de domingo é uma demonstração clara do quanto as pessoas acumulavam sentimentos negativos contra ele. São muitos os depoimentos que circulam a praça e corroboram esta afirmação. Como exemplo, o desrespeito do prefeito a interlocutores que não concordam com suas opiniões; desrespeito, inclusive, às pessoas que ele se predispôs a receber em seu gabinete, e que foram até lá com a intenção de ajudá-lo na gestão pública. É comum ouvir pessoas dizendo que ele tem o estilo ‘dono da bola’, que acaba com a partida sob qualquer tipo de provocação que não o favoreça, porque não suporta adversidade.
As críticas a ele não estão relacionadas necessariamente ao empenho da atual gestão para tentar melhorar a saúde em Piracicaba, por exemplo. Mas, sim, ao péssimo interlocutor que ele se demonstrou ao longo do período em que a população estava muito insatisfeita com os serviços públicos do setor. Nada era culpa dele. Tudo era depositado nas costas do prefeito anterior. O conceito de modernidade da gestão pública em seu governo, que poderia ser aplaudido, pelo estilo frio e pouco receptivo de Luciano Almeida, foi recebido menos como melhoria e mais como desumanidade.
Os professores da rede municipal não conseguiram esquecer as negociações difíceis em cada período de reajuste salarial. Durante a pandemia, os docentes, que se expuseram ao risco da doença em ambiente acadêmico e acabaram pegando a Covid-19, com a obrigatoriedade de terem que se afastar do trabalho por determinação médica, acabaram perdendo automaticamente seus benefícios, o que soou uma tremenda injustiça.