Vereadores suspeitam que há uma “indústria da multa” instalada na cidade
E pedem ao prefeito a revisão do contrato, "como prometido em campanha"
Foto: Guilherme Leite
As recentes instalações de 28 novos radares de controle de velocidade, além de câmeras de videomonitoramento em diversos pontos da cidade, motivaram um amplo debate entre os vereadores, durante ou último encontro na noite de ontem (6). O tema foi colocado em discussão a partir da aprovação do requerimento nº 51/2025, de autoria do vereador Laércio Trevisan Jr. (PL), que solicita informações sobre o contrato.
O vereador acredita que os radares não servem para a educação no trânsito. “É para arrecadar dinheiro, não tem nada de educação e segurança, os equipamentos foram instalados sem sinalização”,
Ao justificar voto, durante a sessão, Trevisan Jr. fez o mesmo questionamento. “A administração pública pode rever seus atos a qualquer momento porque isso está causando danos à sociedade”, afirmou. Ele chamou os equipamentos de “caça-níqueis”, ao lembrar casos como da avenida Independência, que teria um radar a cada 100 metros. Reclamou ainda que os equipamentos não são acompanhados de temporizadores, o que contribui para que os motoristas tomem as multas.
No documento, Trevisan salienta que a implantação dos equipamentos, no governo do ex-prefeito Luciano Almeida, não contou com a devida publicidade sobre a finalidade e utilização. “É essencial que o Poder Executivo esclareça se tais equipamentos têm como objetivo exclusivo o controle de tráfego e a segurança da população ou se também estão sendo utilizados para aplicação de multas de trânsito”, defende Trevisan Jr. no texto do requerimento.
Ele questiona a finalidade específica das instalações e se existe previsão de utilização para a aplicação de multas de trânsito a partir dos equipamentos, além de requisitar a lista completa dos locais onde foram colocados. Faz perguntas ainda sobre a modalidade do contrato, o custo e o balanço de multas aplicadas nos últimos 12 meses. Por fim, o vereador questiona se existe a possibilidade de revisão do contrato.
“Indústria da multa” – O tema também foi comentado pela vereadora Rai de Almeida (PT), ao justificar voto. “Entendo que o planejamento das câmeras de monitoramento é da gestão passada, mas solicito que o prefeito olhe a questão das câmeras. Acredito que ele seja contra a indústria da multa. Com esse monte de radares, fica impossível trafegar e não tomar multa”, argumentou.
O líder de governo, vereador Josef Borges (PP), explicou que as câmeras devem auxiliar no trabalho de prevenção a aglomerações, tumultos e conflitos para garantir que as vias fiquem mais seguras. Ele lembrou que os radares foram instalados por causa do índice elevado de acidentes. “O radar é colocado para que os infratores não avancem a velocidade e não coloquem a vida em risco. É equivocado dizer que é indústria da multa”, avaliou.
O vereador Wagner de Oliveira (PSD), o Wagnão, apostou que o prefeito Helinho Zanatta (PSD) deverá rever o contrato dos radares. “Quando foi eleito, ele entrou no Ministério Público segurando todas as licitações que foram feitas no final do ano”, lembrou. “Se radar evitasse acidente, poderia encher a cidade de radar que compensaria. Mas além do custo, quero ver o benefício disso”.