Comcult e um debate em processo
É preciso manter a pose para o caldo não entornar; mas que há muito caldo, há
A foto que não quer calar
Deu no Viletim
Repercutiu nos meios culturais o artigo que o site viletim.com.br publicou sobre a movimentação da esquerda para ter participação efetiva no Conselho Municipal de Cultura (Comcult) de Piracicaba. (Leia aqui). Esta coluna Três Linhas destaca a opinião de dois profissionais do setor que ampliaram o debate para um terreno mais polêmico, envolvendo o assunto.
Observação 1
“A esquerda não gosta de ser chamada de esquerda porque quer iludir o público, dizendo que quem estava lá eram ‘representantes dos artistas’. Como se todos os artistas de Piracicaba fossem representados por eles. O que não é verdade. A objeção (já sei) será: ah, se você é artista e não se sente representado, é porque não estava no Fórum de Cultura para votar. Ou seja, eles fazem as regras do jogo da representação da tal ‘democracia direta’ e não reconhecem outras formas legítimas de representação ou de reivindicação política.” (Fábio San Juan – professor de arte).
Observação 2
“Essa foto [que ilustra a matéria] parece o ministério da Dilma hahahahah. A proposta da esquerda local para o Comcult tem nome e se chama GOLPE. Os autodenominados ‘representantes da classe artística local’ (hahahaha) querem passar a perna na escolha legítima e democrática da população de Piracicaba por um prefeito conservador e criar regras específicas para um órgão público, onde poderão prevalecer com seu habitual ideário esquerdopata trevoso. Querem solapar a escolha conservadora do eleitorado e criar um enclave petista dentro da Cultura. E, como de hábito, para camuflar sua malandragem, chamam isso de ‘Democracia’.” (Renato Ferrante – Sociólogo e Designer).
Observação 3
O Viletim recebeu outros tantos comentários no mesmo sentido, mas por email e não tem autorização para publicá-los. São anônimos que confiam integralmente na preservação de fonte que seguimos. Mas o grosso é elogio ao artigo do jornalista Romualdo Cruz Filho que, de forma sutil, abre a discussão para um tema polêmico, que vai ainda dar muito o que falar. (Viletim).
Velha guarda
Quem acompanha a cultura local há pelo menos 20 anos e não é de esquerda – no caso do articulista em questão, ele acompanha desde os anos 1980 apenas --, consegue compreender exatamente o que os comentaristas disseram. Porque é conhecida a lógica usada pelos militantes da esquerda, uma vez que o Comcult tem um poder imenso e saber manobrar as regras internas do órgão é ter força para imobilizar um projeto de governo para a cultura e estabelecer novos caminhos, à maneira petista de fazer política cultural. Isso é o que deve acontecer, se o prefeito Helinho Zanatta (PSD) não souber conduzir esse processo.
Não sou de esquerda
Há, evidentemente, a turma que não se classifica de esquerda, mas pensa igualzinho. Quando se posicionam, confirma ipsis litteris a lógica da esquerda. É importante saber que não se trata aqui de filiação partidária, mas de ideologia. Esquerda é ideologia. Extrema-direita é ideologia. E ideologia é querer mudar o mundo tendo em vista que há um caminho definido para tal. Esse caminho que só a esquerda sabe onde está. Mas normalmente redunda, na prática, em controle do estado e da grana do contribuinte para alimentar suas fantasias petistas, chamadas de arte e de cultura. Eles querem a grana para eles. Sempre foi assim. Veja o que acontece em Brasília. Com um toque de populismo, sempre.