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Sobre o pedágio e uma tese na contramão da frente parlamentar municipal

Há o lado das urnas, quando se trabalha com as facilidades, e o lado da gestão em si, quando se trabalha com as dificuldades.

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Romualdo da Cruz Filho
abr 03, 2025
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Em artigo recente ao site Viletim (leia aqui), observei a necessidade de se ter certa cautela ao criticar a criação de pedágios na rodovia Luiz de Queiroz. Evidente que ninguém quer pagar mais tarifa diante de um cenário econômico que só visa o bolso do trabalhador, já violentado por tantos impostos, taxas, etc.

Acredito que nem mesmo o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, gostaria de tratar de um assunto com alto poder de desgaste e capaz de prejudicar sua imagem como potencial candidato à presidência da República. No entanto, há o lado das urnas, quando se trabalha com as facilidades, e o lado da gestão em si, quando se trabalha com as dificuldades.

É fato também que a concessão é uma medida importante para manter as rodovias paulistas atualizadas, com qualidade e mais seguras. É só observar o que a Eixo está fazendo na rodovia Piracicaba/São Pedro, com a construção de dois viadutos que vão melhorar muito o trajeto para seus usuários e as empresas instaladas na região. Dificilmente o governo teria esse recurso para resolver a questão de imediato. E é essa dinâmica que as concessões possibilitam.

Além de que apontei também a existência de recurso tecnológicos para minimizar o impacto financeiro aos usuários permanentes da via, como moradores da região, com redução e até extinção de tarifas. Leia o que vem sendo noticiado em relação à Nova Rota Sorocabana: “Quem trafega pelas marginais urbanas de Sorocaba continuará isento de pedágio com a nova concessão da Rota Sorocabana. O modelo preserva a gratuidade dos deslocamentos dentro da cidade, garantindo que moradores e trabalhadores que utilizam as vias marginais não serão impactados com a implantação do novo sistema eletrônico de cobrança.”

São informações razoáveis, que precisam, sim, ser melhor compreendidas para se avaliar sua eficácia. O governador Tarcísio de Freitas falou, durante a inauguração da nova fábrica da Klabin, em Piracicaba, sobre o assunto e confirmou que, sem a concessão, as melhorias na estrada ficam prejudicadas, como, por exemplo, a construção da terceira via na SP 304.

Por mais reativo que sejamos à ideia de pedágio, são questões que precisam ser analisadas. Evidente que político algum gostaria de ter que enfrentar este tema às portas de uma nova eleição. De fato, o tema é indigesto e anti-voto. Toda estratégia, nesse sentido, vale a pena. Mas é preciso ter esta leitura da realidade, sob o risco de não passar mensagem contrária ao eleitor, que precisa ser tratado com a devida sinceridade pelos seus representantes.

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Romualdo da Cruz Filho
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